Governo vai intervir para proteger bancos menores se necessário, diz Yellen

Declarações da secretária do Tesouro vêm logo após duas semanas de tumulto nos mercados globais e crescentes preocupações com a estabilidade financeira

Secretária do Tesouro dos EUA discursará na conferência da Associação Americana de Banqueiros nesta terça
Por Viktoria Dendrinou - Christopher Condon
21 de Março, 2023 | 10:51 AM

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Bloomberg — A secretária do Tesouro, Janet Yellen, dirá nesta terça-feira (21) que o governo dos Estados Unidos pode repetir as ações drásticas que tomou recentemente para proteger os depositantes bancários se os credores menores forem ameaçados.

“Nossa intervenção foi necessária para proteger o sistema bancário mais amplo dos EUA, e ações semelhantes podem ser justificadas se instituições menores sofrerem corridas de depósitos que representem o risco de contágio”, disse Yellen, de acordo com trechos de comentários que ela deve fazer em uma conferência da Associação Americana de Banqueiros em Washington nesta terça.

As autoridades americanas tomaram medidas extraordinárias no início de março para aumentar a confiança após a falência do Silicon Valley Bank e do Signature Bank.

Os reguladores garantiram depósitos segurados e não segurados nas duas instituições, e o Federal Reserve dos EUA lançou um novo suporte para os credores para ajudá-los a atender às retiradas de depósitos.

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As medidas foram planejadas para conter o fluxo de clientes que se refugiam em bancos considerados grandes demais para falir e, na sexta-feira (17), autoridades do Tesouro declararam que os depósitos em bancos pequenos e médios começaram a se estabilizar.

Ainda assim, as autoridades americanas começaram a estudar se podem expandir temporariamente o seguro de depósito federal para cobrir todos os depósitos. Uma coalizão de bancos de médio porte argumentou que essa medida é necessária para evitar uma possível crise.

A chefe do Tesouro não abordou essa questão nos trechos divulgados pelo Departamento do Tesouro.

Os comentários de Yellen vêm logo após duas semanas de tumulto nos mercados globais e crescentes preocupações com a estabilidade financeira após o rápido colapso dos bancos americanos e um acordo histórico no fim de semana que viu o UBS Group (UBS) concordar em comprar seu problemático rival suíço Credit Suisse (CS).

As ações das autoridades dos EUA para conter as consequências das falências bancárias foram seguidas por um acordo dos maiores bancos do país na semana passada para depositar US$ 30 bilhões no First Republic Bank, outro credor de médio porte cambaleante.

A medida marcou um esforço para restaurar a confiança entre os depositantes que fogem dos bancos regionais. Apesar do gesto, o First Republic continuou lutando na última segunda-feira (20), com suas ações caindo para novas mínimas.

De acordo com pessoas familiarizadas com o assunto, o CEO do JPMorgan (JPM), Jamie Dimon, estava liderando planos para que os bancos convertessem parte ou a totalidade dos US$ 30 bilhões que depositaram na semana passada no First Republic em uma infusão de capital.

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Resposta rápida

Yellen, nas declarações preparadas para a American Bankers Association, planeja defender as recentes medidas do governo como uma resposta rápida e necessária.

“O governo federal entregou exatamente isso: ações decisivas e contundentes para fortalecer a confiança do público no sistema bancário dos EUA e proteger a economia americana”, ela dirá.

As medidas, acrescentará, “reduziram o risco de novas falências bancárias que teriam imposto perdas ao Fundo de Seguro de Depósito”.

Yellen também fez questão de dizer que o governo espera preservar o papel dos pequenos e médios credores dentro do sistema financeiro maior.

“Os grandes bancos desempenham um papel importante em nossa economia, assim como os bancos pequenos e médios”, disse ela. “O Tesouro está comprometido em garantir a saúde e a competitividade contínuas de nossa vibrante comunidade e instituições bancárias regionais.”

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