Fundadores da Ambev deixam de controlar a nova Americanas

Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles serão apenas acionistas de referência com 29,2% do capital da companhia

Americanas S.A. simplifica estrutura societária e passa a ter uma única ação no Novo Mercado da B3
03 de Novembro, 2021 | 09:34 AM

São Paulo — Os empresários Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, fundadores da Ambev e sócios do fundo 3G Capital, abriram mão do controle da Lojas Americanas S.A. e vão ser apenas acionistas de referência com 29,2% do capital da Americanas S.A. no redesenho da estrutura societária do grupo varejista, anunciado nesta quarta-feira (3).

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A decisão era esperada pelo mercado desde que a companhia anunciou, no mês passado, que avaliava a fusão de suas bases societárias, quatro meses depois de combinar as operações da plataforma digital e física. A Americanas S.A. informou hoje que a proposta de estrutura societária simplificada será levada à aprovação dos acionistas em assembleia extraordinária.

“Com isso, a empresa passa a ter uma única ação listada no Novo Mercado da B3, que melhora a governança corporativa, elimina o desconto de holding de LAME3 e LAME4, aumenta a liquidez de AMER3 e melhora o entendimento da companhia”, disse.

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Segundo o comunicado, a operação se dará por meio da distribuição das ações AMER3 detidas por Lojas Americanas para os acionistas de LAME3 ou LAME4 em igual proporção. Cada ação de LAME3 ou LAME4 será convertida em 0,1860 ação AMER3.

A operação prevê ainda uma adequação do estatuto social da Americanas S.A. e a inclusão de “poison pill”, com gatilho de participação de 15%, explicou a companhia. “Poison pill” é um mecanismo de proteção dos acionistas minoritários, tornando obrigatória a realização de uma oferta pública para a aquisição da totalidade das ações em circulação da companhia pelo investidor que atingir 15%.

O comunicado da Americanas destaca que o grupo formado pelos fundadores da Ambev abriu mão do controle sem cobrar prêmio para isso. “Este grupo, presente na companhia desde os anos 80, sempre teve como elemento norteador a estratégia de criação de valor de longo prazo, que garantiu o crescimento com rentabilidade da operação. Mais uma vez, o acionista de referência reforça o seu compromisso com a visão de longo prazo como norteadora da geração de valor futura”, afirmou a companhia.

A operação de simplificar sua estrutura acionária ocorre antes da listagem internacional de sua ação na bolsa americana Nasdaq. “Considerando a bem-sucedida combinação operacional de negócios em andamento, amadurecemos a ideia de consolidar as bases acionárias das companhias no Novo Mercado. Teremos uma só Americanas: para clientes e investidores”, disse Miguel Gutierrez, CEO da Americanas S.A., no comunicado.

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Sérgio Ripardo

Jornalista brasileiro com mais de 29 anos de experiência, com passagem por sites de alcance nacional como Folha e R7, cobrindo indicadores econômicos, mercado financeiro e companhias abertas.