Valuation da Cyrela está sendo punido de maneira excessiva, diz Bradesco

São Paulo — Em meio ao tombo das ações do setor imobiliário na B3 neste ano, o papel da construtora Cyrela (CYRE3) acabou ficando barato e ganhou, nesta terça-feira (24), recomendação de Compra pelo Bradesco BBI e Corretora Ágora, com preço-alvo de R$ 28 (54% de upside) para o final de 2022.

“Embora reconhecendo algum agravamento das condições do setor (maiores custos da construção e, em menor grau, taxa de juros altas), vemos o valuation sendo punido de maneira excessiva. Esperamos que os direcionadores macros impulsionem os ciclos domésticos no segundo semestre deste ano, e a Cyrela seja o melhor (e mais líquido) veículo para colher os prêmios de uma potencial recuperação”, escreveram os analistas Bruno Mendonça (Bradesco BBI) e Wellington Lourenço (Ágora), em nota.

O Bradesco BBI informou ter iniciado a cobertura do papel como “top pick” entre as construtoras de média-alta renda brasileiras. A ação da Cyrela cai 38% no acumulado do ano, (Ibovespa recua 1%), apesar dos “sólidos resultados e tendência positiva para os lucros, direcionado por um macro negativo”, segundo os analistas.

Eles também citam alguns múltiplos para justificar a recomendação de compra, como o P/VPA (Preço sobre Valor Patrimonial por Ação, ou seja, o preço da ação dividido pelo valor patrimonial que ela representa) e o P/L (Preço sobre Lucro).

“A Cyrela está negociando em 1,2x P/VPA e 7,0x P/L para 2022, que já consideramos interessante à luz de sua trajetória e liquidez das ações. Quando quebramos o valuation por segmento, achamos atrativos os múltiplos implícitos de: 1,0 x P/VPA para a Cyrela ex-CashMe (sua fintech para empréstimos com garantia de ativos); e 0,8x P/VPA para o negócio core da Cyrela em média-alta renda (ex-CashME e ex-CVA), fazendo a Cyrella uma das mais baratas incorporadoras de média-alta renda de nossa cobertura (média das incorporadoras em 1,1x)”, cita a nota conjunta do Bradesco BBI e Ágora.

CYRE3 exibe uma cotação mínima de 12 meses de R$ 17,90 e uma máxima de R$ 29,03. Já a máxima de 30 dias está em R$ 22,11. Por volta das 11h, a ação registrava alta de 5,50%, a R$ 19,17.

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