O que 10 balanços dizem sobre a força do mercado imobiliário brasileiro no 2º trimestre?

Construtoras e incorporadoras conseguiram se manter no azul na primeira metade de 2021, retomando lançamentos e tentando driblar aumento de custos do setor

Retomada de obras e dos lançamentos imobiliários resulta em maiores lucros e receitas para construtoras e incorporadoras
12 de Agosto, 2021 | 11:09 AM

São Paulo — A safra de balanços do primeiro semestre mostrou um forte aquecimento do setor imobiliário no Brasil, embora o aumento dos custos dos insumos e mão-de-obra da construção civil pressione as margens de rentabilidade. Os resultados financeiros indicam uma retomada dos lançamentos e tendência de receitas e de lucros sólidos.

Veja como 10 players do mercado de imóveis performaram na primeira metade do ano:

Moura Dubeux

  • Maior incorporadora do Nordeste, a Moura Dubeux fechou o 2º trimestre com lucro líquido de 26 milhões, engatando o quarto trimestre seguido de resultados positivos. A companhia, que lançou sete empreendimentos no período, prepara sua entrada em duas novas praças na região nordeste: Sergipe e Paraíba.

Even

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  • A Even Construtora e Incorporadora totalizou R$ 940 milhões de vendas líquidas no 1º semestre e R﹩354 milhões, no trimestre, com Vendas Sobre Oferta (VSO) de 16% no 2° trimestre. O lucro líquido no acumulado de 2021 é de R﹩138 milhões, o que representa um Retorno sobre o Patrimônio (ROE anualizado) de 17%.

Patrimar

  • O Grupo Patrimar entrou em novo ciclo de crescimento e tem como meta dobrar de tamanho até 2024. A construtora e incorporadora mineira informou que o valor da receita líquida cresceu 133% em relação ao 2º trimestre de 2020, atingindo R$ 190 milhões. O lucro líquido e a margem líquida também cresceram no trimestre e semestre.

Direcional Engenharia

  • Em novo recorde de resultados, a mineira Direcional Engenharia supera custos e obtém maior rentabilidade desde o IPO em 2009. O lucro líquido do 2º trimestre chegou a R﹩ 41 milhões, alta de 50% na comparação anual. No semestre, o lucro líquido subiu 54,3%, em um total de R﹩ 67,8 milhões em relação a igual período de 2020.

MRV

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  • A MRV registrou forte receita líquida de R$ 1,816 bilhão no 2º trimestre, alta de 14% ante o 1º e de 10% na comparação anual. É a maior receita trimestral da empresa. O resultado financeiro atingiu R$ 203 milhões (48,5% ante o 1° trimestre e 86,1% na comparação anual), impulsionado pela venda de dois projetos nos EUA.

Kallas

  • O Grupo Kallas, incorporadora paulista, lucrou R$ 21,8 milhões no 2º trimestre, um aumento de 58,9% na comparação anual. A companhia é formada pelas incorporadoras Kallas Arkhes (alto padrão), Kazzas (empreendimentos econômicos), K’URB (voltada para bairros planejados) e pela Kv (criada para comercializar os imóveis).

Mitre

  • A incorporadora registrou um lucro líquido de R$ 21,2 milhões no segundo trimestre, crescimento de 113% ante o mesmo período de 2020. A receita líquida teve incremento de 153%, somando R$ 164,7 milhões, resultado da aceleração da evolução física de obras e início das atividades em alguns canteiros.

Emccamp

  • A construtora mineira lucrou R$ 12,5 milhões no 2º trimestre, alta de 52% na comparação anual. A receita líquida aumentou 112%, alcançando R$ 147,5 milhões. No período, lançou o projeto “City Penha”, no bairro da Penha, em São Paulo, com VGV projetado de R$ 100,4 milhões. No 1º mês, o projeto alcançou 33% de vendas.

Melnick

  • A construtora gaúcha lucrou R$ 12,32 milhões no 2º trimestre, redução de 45% ante o lucro de R$ 22,35 milhões em igual período de 2020. A receita líquida de vendas e serviço caiu 2,16%, a R$ 183 milhões. É uma rara companhia do setor com queda no lucro. O que pressionou foi a alta de custos e dificuldade de repasse aos clientes.

Tenda

  • A Tenda teve um lucro líquido de R$ 34 milhões no 2º trimestre, redução de 16% na comparação anual, mas conseguiu elevar a receita líquida no período para R$ 699 milhões, aumento de 33% na comparação anualizada e de 16% em relação ao trimestre. A empresa sofreu pressão dos insumos e teve de revisar orçamentos de obras
Sérgio Ripardo

Jornalista brasileiro com mais de 25 anos de experiência, com passagem por sites de alcance nacional como Folha e R7, cobrindo indicadores econômicos, mercado financeiro e companhias abertas.