Do CPI nos EUA ao encontro entre Biden e Jinping: os eventos que movem os mercados

Além da desaceleração da inflação norte-americana, os operadores esperam nesta semana pelo noticiário sobre a cúpula entre os presidentes dos EUA e da China e monitoram balanços

Estes são os eventos que orientam os investidores e movem os mercados hoje
Por Bianca Ribeiro - Michelly Teixeira
13 de Novembro, 2023 | 07:19 AM

Barcelona, Espanha — (Esta é a versão atualizada de nota publicada originalmente às 7h19)

Os investidores começam a semana na expectativa pelos números da inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos, que serão conhecidos nesta terça-feira (14), e projetam uma desaceleração. Também é grande o interesse dos mercados no encontro entre os presidentes Joe Biden e Xi Jinping, que pode reduzir os atritos entre Washington e Pequim.

Assine a newsletter matinal Breakfast, uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque em negócios e finanças no Brasil e no mundo.

✈️ Setor aéreo ativo. A reaproximação entre China e Estados Unidos na cúpula desta quarta-feira (15) pode descongelar as negociações de Pequim com a Boeing para aquisição de suas aeronaves 737 Max para a China. Hoje a empresa anunciou no Dubai Air Show ter recebido um pedido da Emirates para 90 aeronaves modelo 777X, no valor de US$52 bilhões.

🆙 Chips em recuperação? A Taiwan Semiconductor Manufacturing Co. (TSMC), maior fornecedor mundial de semicondutores e principal fabricante de chips da Nvidia e da Apple, reportou um aumento da receita em outubro de 15,7% (US$ 7,5 bilhões), primeiro ganho na comparação interanual desde fevereiro, sinalizando aos mercados que o comércio global de chips pode estar se recuperando.

PUBLICIDADE

🤳 Androids chineses x Apple. Enquanto a Apple lida com a queda nas vendas e outros desafios na China, a Xiaomi avança e já ampliou seu valor de mercado em cerca de US$20 bilhões desde junho, devido ao entusiasmo com seu aparelho da série 14. Também recentemente, a Huawei, de capital fechado, teve uma grande demanda pelo seu Mate 60 Pro, ajudando na valorização das ações de seus fornecedores.

👁️ Visões para os juros. Os economistas do Morgan Stanley avaliam que o Fed fará cortes profundos nos juros nos próximos dois anos a partir de junho, levando a taxa básica a 2,375% até o final de 2025. Já o panorama traçado pelo Goldman Sachs é de que a primeira redução de taxa ocorra apenas no quarto trimestre de 2024, levando as taxas para um patamar de 3,5% e 3,75% até meados de 2026.

🚘 Elétricos em andamento. A Renault deve apresentar nesta semana mais detalhes sobre o plano de oferta pública inicial da Ampere, seu braço de veículos elétricos e software, que ambiciona uma valorização de €8 bilhões a €10 bilhões. Enquanto isso, a Hyundai Motor começa a construir uma nova fábrica de veículos elétricos na Coreia do Sul. A planta deve demandar um investimento de US$1,5 bilhão, com capacidade de produzir 200 mil carros por ano.

💄 Efeito radioativo. As ações da Shiseido se destacaram no pregão asiático com queda de mais de 14% em Tóquio após a fabricante de cosméticos reduzir em 42% sua previsão de lucro para este ano (US$231 milhões). A revisão é resultado da baixa demanda na China gerada pelo lançamento de águas residuais radioativas tratadas em Fukushima, em agosto.

🇨🇳 Em ziguezague. Pesquisas independentes mostram que a recuperação econômica da China ainda se mostra errática. Em outubro, a confiança das empresas privadas perdeu força, segundo um estudo da Cheung Kong Graduate School of Business. Ao mesmo tempo, um indicador de demanda por lazer e transporte, da QuantCube Technology, também retrocedeu, assim como o sentimento do consumidor medido pela Morning Consult.

📈 O vaivém dos ativos. Os contratos futuros de índices dos EUA operavam em queda, enquanto as bolsas europeias subiam. Na Ásia, o fechamento foi majoritariamente positivo. Em outros mercados, o prêmio de risco do título de 10 anos dos EUA, em queda, era de 4,627%. No mercado cambial, o euro e a libra se apreciavam frente ao dólar, assim como o iene. O ouro operava com valorização e os contratos de petróleo bruto WTI recuavam pouco, cotados ao redor de US$77 por barril.

(Com informações de Bloomberg News)

PUBLICIDADE
Os mercados esta manhã

🟢 As bolsas na sexta-feira (10/11): Dow Jones Industrials (+1,15%), S&P 500 (+1,56%), Nasdaq Composite (+2,05%), Stoxx 600 (-1,00%), Ibovespa (+1,29%)%)

As gigantes tecnológicas Microsoft e Nvidia impulsionaram os ganhos nas bolsas dos EUA. O comentário de Raphael Bostic, do Fed de Atlanta, trouxe ânimo aos investidores ao afirmar que é possível devolver a inflação para a meta sem novos aumentos de juros.

Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados e se inscreva no After Hours, a newsletter vespertina da Bloomberg Línea com o resumo do fechamento dos mercados.

Na Agenda

Esta é a agenda prevista para hoje:

EUA: Balanço Orçamentário Federal, Expectativas de Inflação ao Consumidor, Índice IBD/TIPP de Otimismo Econômico, Estoques de Petróleo-Cushing, Relatório Mensal da OPEP

Europa: Reino Unido (Índice de Preços de Imóveis-Righmove/Nov); Alemanha (Saldo das Transações Correntes/Set); Portugal (IPC/Out)

Ásia: China (Novos Empréstimos, Financiamento Social Total)

América Latina: Brasil (Boletim Focus)

Bancos centrais: Discursos de Lisa Cook (Fed), Luis de Guindos(BCE), Projeções Econômicas (BCE

Balanços: Tyson Foods, XP, JBS, Cosan

🗓️ Os eventos de destaque na semana →

Leia também:

Cinco assuntos para acompanhar no Brasil nesta semana

Brasília em Off: A saída para o déficit zero em 2024

Como o private equity está usando uma estratégia antiga para contornar juros altos

Bianca Ribeiro

Bianca Ribeiro

Jornalista especializada em economia e finanças, com passagem por redações e veículos focados em economia, como Valor Econômico, Agência Estado e Folha de S.Paulo.

Michelly Teixeira

Jornalista com mais de 20 anos como editora e repórter. Em seus 13 anos de Espanha, trabalhou na Radio Nacional de España/RNE e colaborou com a agência REDD Intelligence. No Brasil, passou pelas redações do Valor, Agência Estado e Gazeta Mercantil. Tem um MBA em Finanças, é pós-graduada em Marketing e fez um mestrado em Digital Business na ESADE.