Itaú venderá tokens para o varejo sem entrar em criptomoedas

Banco anunciou nesta quinta a sua tokenizadora com o objetivo de transformar ativos em representações digitais e ampliar leque de produtos

Agência do Itaú
14 de Julho, 2022 | 02:01 PM

Bloomberg Línea — O Itaú Unibanco (ITUB4) anunciou nesta quinta-feira (13) sua “tokenizadora”, unidade de negócio do banco responsável pelo processo de transformação de ativos em representações digitais, os chamados tokens, por meio da tecnologia blockchain.

A ideia é permitir que investidores do varejo participem de investimentos financeiros que já fazem parte do portifólio do Itaú (por meio de uma oferta fracionada), mas que hoje são restritos aos clientes de alta renda ou institucionais. A expectativa é de lançamento da plataforma até o fim do ano.

Antes de anunciar o projeto, o Itaú lançou no dia 4 seu primeiro token, um projeto-piloto interno com clientes de private banking. Tal emissão foi feita com recebíveis, captou R$ 360 mil e possui prazo de vencimento de 35 dias. Não foi divulgado o parceiro emissor. A blockchain escolhida foi a hyperledger.

Vanessa Fernandes, global head da Itaú Digital Assets, que é nome da nova unidade de negócios, destaca que a plataforma fará tanto a emissão, distribuição e a custódia dos tokens quanto a integração com os demais produtos e canais do banco.

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Para o investidor, disse, os tokens serão um novo tipo de produto, assim como fundos de investimento, fundos imobiliários, CDBs ou debêntures - cada um com seu prazo, taxas e tipo específico de risco. “Se o cliente quer investir em uma determinada empresa, por exemplo, não precisa necessariamente comprar ações na Bolsa, pode comprar tokens de crédito da empresa, por exemplo”, explicou Fernandes.

Criptoativos x criptomoedas

Os criptoativos englobam um conceito mais amplo, ou seja, tudo o que é construido com a tecnologia de criptografia e blockchain. Tokens, criptomoedas e NFTs, por exemplo, são exemplos de criptoativos.

No caso das criptomoedas, estas também são criptoativos. A principal diferença é o ambiente onde eles estão inseridos. Enquanto as criptomoedas são criptografadas via uma blockchain própria, como o Bitcoin, por exemplo, os tokens não precisam da sua própria blockchain e podem ser criados em blockchains já existentes.

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De acordo com o Itaú, não há intenção de oferecer criptomoedas, como Bitcoin e Ethereum no momento.

Produto estratégico

Para desenvolver a plataforma, o Itaú criou uma área específica de ativos digitais que atualmente conta com 35 pessoas, mas que conta com o suporte de outras áreas do banco, como a de tecnologia.

À frente da operação está Vanessa Fernandes, que fica em Nova York, nos Estados Unidos, e tem passagens pelo Deutsche Bank e JPMorgan. “É um produto estratégico para o banco. Estamos investindo em tecnologia e contratando novas pessoas”, destacou Fernandes.

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.