Ibovespa segue piora externa e fecha em queda nesta terça

After Hours: índice chegou a subir com avanço das commmodities, mas virou para queda seguindo mau humor externo com inflação no radar

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12 de Abril, 2022 | 05:39 PM

Bloomberg Línea — Boa noite! Este é o After Hours - o seu resumo diário do que aconteceu no mercado. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.

Em uma sessão volátil, pressionada pela alta no preço do petróleo, que reacende as preocupações com a inflação, os mercados fecharam em queda nesta terça-feira (12).

Com traders avaliando as perspectivas de demanda na China após a flexibilização de algumas restrições no centro financeiro de Xangai, o petróleo WTI para maio teve alta de 6,69%, a US$ 100,60 por barril, enquanto o tipo Brent para junho avançou 6,25%, a US$ 104,64.

O salto no preço do petróleo ao lado de outras commodities alimentou os temores de inflação, o que pode pressionar o Federal Reserve a aumentar as taxas de juros nos Estados Unidos de forma mais agressiva.

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Seguindo a piora externa, o Ibovespa (IBOV) encerrou o pregão em queda de 0,7%, negociado próximo dos 116 mil pontos. O índice chegou a subir nesta terça, impulsionado por ações ligadas a commodities, como Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3; PETR4). Já o dólar era negociado abaixo de R$ 4,70.

Na Bolsa, a alta dos juros futuros pressionou as ações de empresas ligadas a tecnologia e varejistas. Foi o caso de Banco Inter (BIDI11), que caiu 8,54%, a R$ 16,70, Méliuz (CASH3), com baixa de 5% na B3, a R$ 2,09, e Locaweb (LWSA3), que recuou 3,50%, a R$ 8,27.

Já entre as maiores altas do pregão estiveram as ações de Cogna Educação (COGN3), que avançaram 4,49%, a R$ 2,79, e as de Cielo (CIEL3), com ganhos de 4,03%, a R$ 3,61.

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Na agenda do dia, o volume de serviços no Brasil teve queda de 0,2% entre janeiro e fevereiro de 2022, a segunda taxa negativa consecutiva. Com isso, o setor ficou 5,4% acima do nível de fevereiro de 2020 (pré-pandemia) e 7% abaixo de novembro de 2014, o ponto mais alto da série histórica.

“Os dados ainda vão incorporar a alta dos juros nos próximos meses, ou seja, tendem a continuar relativamente fracos na margem. Mais um desafio à autoridade monetária que terá que conciliar crescimento baixo com juros em alta”, avalia André Perfeito, economist-chefe da Necton.

Confira o fechamento dos mercados nesta terça-feira (12):

Cena externa

Nos Estados Unidos, as ações de grandes bancos caíram nesta terça, antes do início da temporada de resultados financeiros, que começa amanhã. O JPMorgan Chase & Co. (JPM) será o primeiro entre os seis maiores bancos a divulgar resultados, com Wall Street focado em como a volatilidade desencadeada pela guerra na Ucrânia afetou as operações do banco de investimento e trading.

Ainda nos EUA, as atenções recaíram hoje sobre os dados de inflação medidos pelo CPI (Índice de preços ao consumidor), que subiu em março para o maior nível desde o final de 1981, reforçando as expectativas de que o Federal Reserve aumentará as taxas de juros em meio ponto no próximo mês.

Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, os chamados núcleos de preços aumentaram 0,3% em relação ao mês anterior e 6,5% em relação ao ano anterior, ambos abaixo do projetado e devido em grande parte à maior queda nos preços de veículos usados desde 1969.

-- Com informações da Bloomberg News

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.

Toni Sciarretta

News director da Bloomberg Línea no Brasil. Jornalista com mais de 20 anos de experiência na cobertura diária de finanças, mercados e empresas abertas. Trabalhou no Valor Econômico e na Folha de S.Paulo. Foi bolsista do programa de jornalismo da Universidade de Michigan.