Aspectos da política mundial a serem observados em 2022

Pontos nevrálgicos na geopolítica, eleições, vacinação e regulação cripto ativos representam riscos políticos

O que devemos observar em 2022?
Por Rosalind Mathieson
03 de Janeiro, 2022 | 08:18 PM

Bloomberg — Bem-vindos a um novo ano, em que haverá muitos eventos políticos a serem analisados em todo o mundo. Para começar, aqui estão algumas coisas que devemos observar em 2022, pelo menos pelo que se pode prever neste momento, quando se trata de risco político.

ALERTA DE FRONTEIRA: As tensões são altas na fronteira com a Ucrânia, já que o presidente russo, Vladimir Putin, mantém uma grande presença de tropas e exige que a Otan reduza sua presença na região. Conforme o solo lamacento congela, a chance de uma invasão russa pode aumentar. Três séries separadas de diálogos começarão no domingo (9) para tentar amenizar a situação.

ELEIÇÕES DE MEIO DE MANDATO: nos Estados Unidos: O presidente dos EUA, Joe Biden, enfrenta um referendo sobre seu desempenho nas eleições de novembro, que elegerá membros da Câmara dos Representantes e mais da metade dos assentos no Senado. Sua popularidade diminuiu enquanto ele se empenha para que seus planos econômicos gerais sejam aprovados pelo Congresso. Isso abre a porta para os republicanos e até mesmo potencialmente para Donald Trump em 2024?

A ASCENSÃO DA CHINA: O presidente chinês, Xi Jinping, está buscando um terceiro mandato sem precedentes em uma reunião da liderança do partido neste ano, o que consolidaria ainda mais seu controle sobre a segunda maior economia do mundo. Xi tomou medidas repressoras na China e em Hong Kong, enquanto levava adiante seu mantra de “prosperidade comum”, ao controlar as grandes empresas e bilionários do país. O que tudo isso significa para os laços ainda tensos com os EUA e para Taiwan, uma ilha democrática que Pequim considera seu território?

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IGUALDADE DE VACINAÇÃO: A pandemia ainda está entre nós, embora a ômicron felizmente pareça ser uma versão mais branda (embora muito mais contagiosa) da Covid-19. Os governos continuam a ser desafiados por populações cansadas de restrições, mas ainda vulneráveis ao vírus. Mesmo com Israel começando a distribuir uma quarta dose da vacina, muitos países mais pobres ainda enfrentam dificuldades para fazer as pessoas receberem duas doses. Enquanto o mundo como um todo não tiver maior proteção, as variantes continuarão chegando.

ELEIÇÕES: Não apenas os EUA têm eleições este ano. Fique atento a votos em países como França (onde o presidente Emmanuel Macron enfrenta vários rivais do centro e da extrema direita), Brasil (onde o presidente Jair Bolsonaro está lutando contra o declínio de popularidade), Hungria (onde Viktor Orban espera consolidar sua “democracia antiliberal”) e Austrália (onde Scott Morrison espera que isolar a Austrália durante a pandemia tenha sido vista como a escolha certa por seus eleitores).

FIM DOS AUXÍLIOS: Mesmo com a continuidade da pandemia, os países enfrentam decisões difíceis sobre quando e como reduzir o auxílio COVID-19 oferecido a empresas e trabalhadores. À medida que a dívida se acumula, os governos ficam sob pressão para começar a cortar a ajuda e, potencialmente, aumentar os impostos. Ao mesmo tempo, alguns deles estão promovendo elevadas metas ambientais, que exigirão gastos e mudanças econômicas estruturais. Eles serão capazes de arcar com tudo isso?

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AUTO-SUFICIÊNCIA: Em 2021, os países pressionaram por maior autossuficiência quando se trata de produtos como semicondutores. É provável que grandes gargalos de fornecimento persistam, acelerando os planos de desenvolver a indústria nacional e proteger as empresas nacionais de compradores estrangeiros, levando a um maior protecionismo. Não são apenas os chips que estão em jogo - há novas questões sobre a dependência energética, por exemplo.

NOVA ERA: Olaf Scholz assumiu o cargo de chanceler na Alemanha após 16 anos de governo de Angela Merkel. Isso levantará questões não apenas sobre a política interna e a economia, mas também sobre a estabilidade europeia geral sem Merkel no comando. Isso abre a porta para Macron? À presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen? Eles podem administrar as negociações sobre a ajuda para a Europa devido à pandemia, as tensões no Leste Europeu, encontrar uma maneira de lidar com a China e manter líderes como Erdogan sob controle?

AGUAS PANTANOSAS: Os países estão percebendo o fato de que as criptomoedas vieram para ficar. As criptomoedas têm vantagens, mas também desvantagens sombrias, especialmente quando se trata de lavagem de dinheiro, tráfico e financiamento do terrorismo. À medida que todos, do governo de El Salvador a grandes clubes de futebol, participam da ação, os governos se encontrarão às voltas com a questão de como, ou se, regulamentar essa atividade.

--Com a colaboração de Alan Crawford e Michael Winfrey.

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