G-7 alerta Rússia sobre “consequências massivas” sobre a Ucrânia

Expectativa é que EUA e outros países possam implementar medidas econômicas rapidamente contra o país

G-7 alerta sobre consequência em caso de ação militar contra Ucrânia
Por Kitty Donaldson - Peter Martin
12 de Dezembro, 2021 | 06:23 PM

Bloomberg — Os ministros estrangeiros do G-7 alertaram neste domingo a Rússia para diminuir suas atividades militares em torno da Ucrânia ou enfrentar “consequências massivas”. Em uma declaração conjunta, os ministros disseram que estavam “unidos em nossa condenação do aumento militar da Rússia e da retórica agressiva em relação à Ucrânia”.

“Apelamos à Rússia para diminuir a escalada, buscar canais diplomáticos e cumprir seus compromissos internacionais sobre a transparência das atividades militares”, disseram os ministros no comunicado, que se deu após uma reunião em Liverpool, na Inglaterra, patrocinada pela secretária de Relações Exteriores do Reino Unido, Liz Truss.

Com o aumento do número de tropas e equipamentos militares posicionados perto da fronteira com a Ucrânia, os Estados Unidos alertaram durante semanas que o presidente russo, Vladimir Putin, traçou planos para uma invasão que poderia ocorrer no início de 2022. Putin negou qualquer intenção de invasão.

Os Estados Unidos disseram ao líder russo que seu país enfrentará enormes repercussões econômicas se ele agir contra a Ucrânia, embora o Japão tenha insistido que a declaração de hoje permanece relativamente cautelosa, disseram fontes a par do assunto.

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Embora o governo dos Estados Unidos não tenha divulgado publicamente os custos potenciais para a Rússia, eles poderiam ser implementados rapidamente, se necessário, de acordo com um funcionário do Departamento de Estado americano, que discutiu as negociações a portas fechadas sob condição de anonimato.

Na última terça-feira, o presidente Putin disse por meio de teleconferência com Biden, que está pronto para um encontro pessoal. Putin e Biden falaram em uma videochamada de duas horas na semana passada, na qual o russo disse que estaria preparado para um encontro pessoal, de acordo com imagens mostradas no canal de TV Rossiya-1 neste domingo. “Na ausência de desaceleração e tomando o caminho diplomático, parece bastante improvável”, disse o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, no programa “Meet the Press” da NBC.

Veja mais: G-7 tenta barrar ofensiva militar da Rússia sobre a Ucrânia

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O envio de tropas e equipamentos militares da Rússia para a fronteira com a Ucrânia elevou o temor de uma guerra entre os membros do G-7. Ontem, Biden alertou a Rússia sobre as penalidades econômicas “devastadoras” se atacar a Ucrânia e disse que mais tropas dos Estados Unidos e da OTAN seriam enviadas para defender os aliados. Separadamente, a secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, falou com seu homólogo alemão na sexta-feira para discutir medidas que poderiam “impor custos severos à economia da Rússia”, se necessário.

Um funcionário dos EUA expressou confiança de que um amplo grupo de países, incluindo outras nações do G-7, se juntaria para impor custos se a Rússia atacar a Ucrânia. O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, e o ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi Di Maio, que se reuniram à margem da conferência do G-7, renovaram seu apoio à soberania da Ucrânia e pediram à Rússia que “reduza as tensões e volte à diplomacia”, disse o porta-voz do Departamento de Estado, disse Ned Price.

Os membros do G-7 concordam que mudar as fronteiras europeias pela força teria “enormes consequências políticas e econômicas”, disse Annalena Baerbock, nomeada na semana passada como a primeira mulher ministra das Relações Exteriores da Alemanha, em comentários transmitidos pela televisão ARD.

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