Intel faz acordo com a Microsoft para alavancar produção de chips sob encomenda

Bloomberg Línea - San Jose — A Microsoft (MSFT) fechou um acordo com a Intel (INTC) para fornecer chips sob encomenda com a nova tecnologia de processamento chamada de 18A, que a empresa prevê que será lançada até 2025.

A Microsoft anunciou recentemente dois chips próprios: um processador de computador e um acelerador de inteligência artificial. A parceria com a Intel busca fornecer semicondutores de alta qualidade para aumentar a produtividade.

“A Microsoft precisa de algo que seja sustentável. Por esse ângulo, nossos produtos da Intel vão fazer com que eles façam produtos sustentáveis”, disse Stuart Pann, vice-presidente sênior e general manager da Intel Foundry Services (IFS), durante sessão de perguntas e respostas com jornalistas na quarta-feira (21) em San José, na Califórnia.

Para a Microsoft, que busca garantir um fornecimento de semicondutores para as operações de data center por conta de maiores demandas de inteligência artificial, acordo ajuda a ter um “fornecimento confiável”, disse o CEO da Microsoft, Satya Nadella, em comunicado.

A Intel é uma das provedoras de serviços de foundry, isto é, empresas que fabricam chips sob encomenda para companhias que apenas fazem o design dos chips, como é o caso da Microsoft. A TSMC (TSM), de Taiwan, e a Samsung, são as maiores fornecedoras deste setor atualmente, mas a Intel espera superar a Samsung até 2030.

O acordo com a Microsoft garante um cliente importante para a Intel em seu esforço para alavancar o seu novo negócio de foundry. Até pouco tempo, a empresa apenas produzia os seus próprios chips e não trabalhava com o modelo sob encomenda.

A Intel também busca competir no crescente mercado de chips impulsionado pela demanda por sistemas de inteligência artificial. O crescimento das vendas e as expectativas de lucros têm feito subir as ações de empresas como a fabricante de chips Nvidia (NVDA) e a desenvolvedora de processadores Arm (ARM).

A tecnologia 18A é um novo processo para produção de chips, conhecido no jargão do setor como litografia, que, segundo a Intel, permitirá a fabricação de processadores com 1,8 nanômetros.

O tamanho indica o espaço entre os nós (nodes), que são espécies de caixas minúsculas onde ficam os componentes responsáveis pelo processamento dos dados.

O espaçamento tem efeito direto no desempenho, no consumo de energia e no custo dos semicondutores. Atualmente, os chips mais avançados da Intel disponíveis no mercado têm 10 ou 7 nanômetros.

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