Conheça os líderes do agro entre as 500 pessoas mais influentes da América Latina

Da área de pesquisa à exportação de commodities, o setor continua a demonstrar inovação, impacto social e resiliência em um momento desafiador do mercado

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19 de Setembro, 2024 | 02:23 PM

Bloomberg Línea — O ano de 2024 tem sido especialmente desafiador para o agronegócio, considerado o principal motor da economia brasileira.

A seca histórica, as quedas dos preços das commodities agrícolas, o cenário de juros elevados e um aumento substancial do número de recuperações judiciais causam incertezas no setor.

Entretanto alguns líderes vêm se destacando pela condução de seus negócios e por contribuírem com soluções inovadoras para um mercado cada vez mais competitivo.

Em sua quarta edição, a lista “As 500 pessoas mais influentes da América Latina e Caribe”, elaborada pelo comitê editorial da Bloomberg Línea, visa reconhecer as lideranças latino-americanas que mais vêm impactando positivamente a região, incluindo no agronegócio.

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É o caso da presidente da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Silvia Massruhá. Ela assumiu o cargo em maio de 2023 e se tornou a primeira mulher a exercer o posto em 50 anos de história.

A Embrapa é amplamente reconhecida como um “tesouro” do agronegócio, por suas contribuições na pesquisa e desenvolvimento tecnológicos para o campo, que beneficiam não só o pequeno produtor mas também os grandes empresários do setor.

Funcionária de carreira da entidade, foi anteriormente chefe-geral da Embrapa Informática Agropecuária e chefe de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) e Inovação. É doutora em computação aplicada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Veja a lista completa das 500 Pessoas Mais Influentes da América Latina em 2024

Outro exemplo de destaque do agronegócio - não só no Brasil, mas no mundo - é a Raízen (RAIZ4). Parte do sucesso da companhia, resultado de uma joint venture entre a Cosan (CSAN3) e a Shell (SHEL), pode ser creditada ao CEO Ricardo Mussa, que está no cargo desde 2020.

De lá para cá, a empresa abriu capital na bolsa brasileira e tem sido cada vez mais reconhecida como uma das maiores companhias de biocombustíveis do mundo.

Mussa tem liderado a estratégia de avanço da produção do etanol de segunda geração e do SAF, o combustível sustentável de aviação, duas promessas importantes no caminho da descarbonização.

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Ainda nesta seara, a Suzano (SUZB3) segue se destacando como uma das empresas líderes globais de reflorestamento.

A estratégia da companhia conta com Walter Schalka, membro do conselho e um dos executivos mais respeitados do país, sendo voz ativa no debate público com temas que vão de política a questões socioambientais.

David Feffer, presidente do conselho de administração da Suzano e presidente da Suzano Holding, controladora da companhia, também é um dos nomes na lista da Bloomberg Línea. David é neto de Leon Feffer, migrante ucraniano que fundou a companhia em 1924, em São Paulo

David começou a trabalhar na empresa da família pouco antes dos 18 anos e atuou como diretor presidente entre 2002 e 2003.

Gigantes globais

Na presidência do conselho de uma das maiores exportadoras de proteína animal do mundo está Marcos Molina, fundador e acionista controlador da Marfrig (MRFG3). Ele atua no segmento desde os 16 anos de idade, tendo arquitetado e executado a construção de sua empresa.

Em 2021, tornou-se o acionista controlador da BRF (BRFS3) e atualmente é presidente do conselho de administração da companhia, sendo um dos nomes mais emblemáticos do setor, que apesar do ambiente desafiador vem reportando resultados sólidos.

Trajetória semelhante de resiliência também é registrada pela JBS (JBSS3), que tem como uma de suas líderes a diretora-executiva de Assuntos Corporativos Marcela Rocha. Um de seus grandes desafios na companhia é a interlocução institucional, tratando-se da maior empresa de processamento de proteína animal do mundo e uma das maiores no ramo de alimentos.

Os irmãos Wesley e Joesley Batista, sócios controladores e filhos do fundador, José Batista Sobrinho, também estão entre os nomes selecionados para a lista neste ano. Eles voltaram ao conselho de administração da JBS em abril deste ano, depois de um período de quase sete anos.

Também lideram a J&F Investimentos, holding que se tornou um dos maiores grupos empresariais do país, que inclui, além, da JBS, empresas do setor financeiro (Banco Original e PicPay), higiene e limpeza (Flora), mineração (J&F) e energia (Âmbar), entre outras.

Diante do imenso desafio logístico que o Brasil ainda enfrenta, uma das maiores tradings do agronegócio do mundo, a Cargill, tem como líder no país o executivo Paulo Sousa, CEO desde 2019.

Com 30 anos de experiência em diversos postos, inclusive no exterior, tem liderado a empresa em meio a lucro recorde de R$ 2,5 bilhões em 2023 na operação brasileira.

Líderes do agro na América Latina

Diversos nomes na América Latina têm feito a diferença no agronegócio. Ana Paula Robles Sahagún assumiu em setembro de 2023 a liderança do Conselho Mexicano Vitivinícola, uma associação de 65 vinícolas do país.

Com mais de 20 anos de experiência em serviços públicos e privados, bem como de gerenciamento e administração de projetos institucionais, ela tem o desafio de promover a sustentabilidade dos negócios das associadas, dentro de um segmento em ascensão no país.

Na Colômbia, outra mulher se destaca no agronegócio, especificamente no tradicional ramo de café.

Camila Escobar é CEO da Procafecol, empresa com licença para operar a famosa marca de café colombiano Juan Valdez. Lidera o projeto com o qual a empresa espera triplicar seu número de lojas até 2030 e entrar nos mercados brasileiro e chinês.

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