Ações nos EUA só sustentam níveis atuais com corte de juro, diz JPMorgan

Para o estrategista chefe de mercados globais, Marko Kolanovic, a deterioração das condições de negócios e a desaceleração da demanda apontam para uma crise iminente

Trader de ações nos Estados Unidos
Por Alexandra Semenova
22 de Junho, 2023 | 12:14 PM
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Bloomberg — O mercado de renda variável dos Estados Unidos vai ter um segundo semestre tumultuado com o efeito tardio do agressivo aperto monetário do Federal Reserve, segundo Marko Kolanovic, estrategista-chefe para mercados globais do JPMorgan (JPM).

Apesar de as ações americanas terem desafiado sua previsão de queda em 2023 até agora, o principal estrategista de mercados do banco reiterou sua visão defensiva e alertou que fatores como a deterioração das condições de negócios e a desaceleração da demanda do consumidor apontam para uma crise iminente que ameaça o rali deste ano.

“Na falta de uma flexibilização preventiva do Fed – com o gráfico de pontos do Fed que sinaliza mais dois aumentos até o final do ano –, esperamos um cenário macro mais desafiador para ações no segundo semestre, com tendências de consumo fracas”, disse Kolanovic em nota aos clientes.

O estrategista alertou que a erosão do poder de precificação tornou a relação entre risco e retorno das ações americanas pouco atraente, acrescentando que outra área de preocupação é a “crescente acomodação do investidor” antes de uma possível recessão.

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Há uma divergência cada vez maior de pontos de vista em Wall Street, com alguns recuando de suas perspectivas pessimistas nas últimas semanas, enquanto outros permanecem avessos ao risco.

David Kostin, do Goldman Sachs (GS), e Savita Subramanian, do Bank of America (BAC), estão entre os estrategistas que elevaram suas previsões para o índice S&P 500 após o rali do primeiro semestre. Enquanto isso, Michael Wilson, do Morgan Stanley (MS), reafirmou sua visão bearish, como Kolanovic.

O rali das ações americanas estagnou nos últimos dias, à medida que os investidores avaliam as perspectivas para a trajetória de juros do Fed. No ano, o S&P 500 acumula alta de quase 14% até o fechamento da quarta-feira (21).

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