JPMorgan vê risco para sequência de rali de ações dos EUA no 2º semestre

Segundo os estrategistas do banco americano, setores defensivos oferecem uma relação entre risco e retorno mais atraente para o resto do ano

Painel da Nasdaq em Nova York, nos EUA
Por Ksenia Galouchko
19 de Junho, 2023 | 01:34 PM

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Bloomberg — O mercado de renda variável dos Estados Unidos ficará sob pressão na segunda metade do ano se o rali das ações de crescimento estagnar e a rotação para papéis cíclicos não continuar, avaliam estrategistas do JPMorgan (JPM).

Neste cenário, embora a preferência seja por nomes de crescimento em relação às chamadas ações de valor, mais baratas, a equipe liderada por Mislav Matejka diz acreditar que setores defensivos oferecem uma relação entre risco e retorno mais atraente para o resto do ano.

As chamadas ações de crescimento mais populares são as das gigantes de tecnologia. Os papéis cíclicos são os que costumam acompanhar os altos e baixos da economia, como bens de consumo, que sofreram no ano passado com o aperto monetário nos EUA, mas se recuperaram este ano com o otimismo sobre o fim das altas de juros e apostas de que o país pode evitar uma recessão.

Entres os setores defensivos – que não são tão sensíveis à política monetária e perspectivas de crescimento – os estrategistas do JPMorgan recomendam os de saúde, produtos básicos e concessionárias de serviços públicos.

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“Se o crescimento estagnar em termos absolutos e a rotação cíclica não for fundamentalmente apoiada, o mercado poderá ficar sob pressão no segundo semestre”, escreveu a equipe de Matejka em nota nesta segunda-feira (19).

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Os estrategistas disseram que, embora não recomendem apostar em saltos de ações de valor cíclicas, o potencial de alta das de crescimento também é limitado, com sinais de que os papéis de tecnologia parecem estar sobrecomprados frente aos rendimentos de títulos e aos níveis históricos da relação preço/lucro.

Matejka tornou-se cauteloso quanto às perspectivas para as ações no final do ano passado, depois de permanecer positivo durante grande parte de 2022, quando as ações despencaram.

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A forte alta deste ano nas ações dos EUA foi liderada por um pequeno grupo de grandes empresas de tecnologia, já que os investidores se apegaram à sua resistência ao crescimento dos lucros em meio a apostas na inteligência artificial.

Os estrategistas do JPMorgan disseram ainda que o fato de o mercado “ainda estar extremamente concentrado” não é saudável.

-- Com a colaboração de Sagarika Jaisinghani

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