Oscilações de mercado diminuem com traders recalibrando o risco da Rússia

Investidores também procurarão reajustar seus portfólios e analisar os efeitos globais do primeiro aumento de juros do Fed desde 2018

Guerra na Ucrânia entra em sua quarta semana, com investidores ponderando riscos.
Por Payne Lubbers
20 de Março, 2022 | 04:16 PM

Bloomberg — Os investidores estão começando a reavaliar o impacto da guerra Rússia-Ucrânia em suas estratégias à medida que o conflito chega à quarta semana.

Todos os olhos estarão no dólar quando os mercados reabrirem às 14h em Nova York (5h de segunda-feira em Sydney) após a primeira perda semanal da moeda em um mês, mesmo com o Federal Reserve dos Estados Unidos subindo as taxas.

O iene, do Japão, também está na mira dos investidores depois de atingir uma baixa de seis anos, assim como a moeda da China, após os movimentos da segunda maior economia do mundo para impulsionar o crescimento ao enfraquecer o iuan. Por lá, formuladores de políticas poderiam cortar as taxas dentro de dias.

Os ativos russos estão novamente no centro das atenções depois que o país pagou algumas dívidas em dólares na semana passada, um alívio para os investidores que temiam que o país usasse rublos e, assim, desencadeasse um calote.

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No entanto, com o país à espera de mais pagamentos em moeda estrangeira nas próximas semanas, o risco de inadimplência permanece significativo. A negociação de títulos soberanos do rublo deve recomeçar esta semana, mesmo com o mercado de ações do país fechado na segunda-feira (21).

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Enquanto isso, as moedas vinculadas a commodities estão definidas para um desempenho superior devido ao alto preço dos recursos naturais. A Austrália proibiu os embarques de alumina para a Rússia, o principal ingrediente para a produção de alumínio. O Japão, um grande importador de petróleo, também pediu aos Emirados Árabes Unidos que aumentem as exportações de petróleo.

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Volatilidade entre classes de ativos fica moderadadfd

Os indicadores de volatilidade em moedas, títulos e ações caíram nos últimos dias, com os investidores se animando com as notícias de que a China não queria ver a invasão da Ucrânia em meio a alertas dos EUA contra o apoio à Rússia.

Com uma série de reuniões do banco central também no espelho retrovisor, os investidores procurarão reajustar seus portfólios e analisar os efeitos globais do primeiro aumento de juros do Fed desde 2018, juntamente com as decisões da semana passada do Banco da Inglaterra e da autoridade monetária japonesa.

A próxima grande questão para os investidores é Fed anuncia aumento de juros pela primeira vez em quase quatro anos e que impacto isso terá nas perspectivas econômicas dos EUA, com maior preocupação com a recessão após outra inversão na curva de juros do Tesouro. Uma série de autoridades do Fed devem falar esta semana, assim como os formuladores de políticas do BOE e do Banco Central Europeu.

O Bloomberg Dollar Spot Index terminou a semana passada em queda de quase 1%, com o dólar caindo contra todos, exceto um de seus pares de mercados desenvolvidos: o iene, que enfrenta mais perdas depois que o Banco do Japão voltou a se comprometer a manter sua política monetária mais frouxa.

Enquanto isso, os reguladores russos ainda estão explorando maneiras de reabrir o mercado de ações do país, que está fechado desde o final de fevereiro. O Banco da Rússia começará a comprar títulos soberanos domésticos na segunda-feira, em um esforço para estabilizar esse mercado à medida que reabre.

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