Stedile, do MST: ‘Alckmin veio para o nosso time’

Declaração foi dada pelo líder do movimento, João Pedro Stedile, para “acalmar sectários” em evento com o ex-presidente Lula

Lula participa de evento no MST ao lado da presidente do PT, Gleisi Hoffmann e Roberto Requião, ex-governador do Paraná
19 de Março, 2022 | 09:39 PM

Em evento no assentamento do MST (Movimento dos Sem Terra) em Londrina (PR) o ex-presidente Lula, 76, discursou por 37 minutos, mas não mencionou seu possível vice, Geraldo Alckmin (sem partido). Quem falou sobre o assunto, para “acalmar os sectários” - nas palavras dele - foi João Pedro Stedile, líder do MST.

“Não estava combinado de falar isso com o [Roberto] Baggio (direção nacional do MST), mas para acalmar algum sectário, quando o Alckmin aceitou ser nosso vice, o problema não é nosso, é dele”, disse. A declaração foi aplaudida por alguns militantes.

Foi ele que veio jogar no nosso time, e por isso temos que receber de braços abertos. Nós não vamos pedir atestado ideológico para ninguém, desde que se comprometa a resolver os problemas do povo”, disse Stedile, no primeiro grande evento a céu aberto para a militância, para um público de 7 mil pessoas, segundo os organizadores, desde que Lula reuniu sua base no sindicato dos metalúrgicos em São Bernardo do Campo antes de ser preso. A princípio, a organização do evento esperava receber 10 mil pessoas.

Parte dos apoiadores fizeram vigília na frente da Polícia Federal em Curitiba, onde Lula ficou preso por 580 dias. Falando para os militantes, o ex-presidente subiu o tom ao criticar o ex-juiz e ex-ministro Sérgio Moro. Ele também criticou a política de dividendos aos acionistas da Petrobras. “A Petrobras está tendo um lucro exorbitante, não para investir em tecnologia, mas para dividir entre os acionistas, sobretudo os americanos, em detrimento da miséria do povo brasileiro”, disse.

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Lula também pediu auxílio aos militantes para eleger parlamentares de sua base para o Congresso.

Com 81 anos, o ex-governador e ex-senador pelo Paraná, Roberto Requião (PT), deixou o MDB se posicionando como candidato para o governo do Paraná pelo partido petista. Ao lado de Lula, Requião discursou e foi aplaudido, à revelia de alguns militantes.

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Isabela  Fleischmann

Jornalista brasileira especializada na cobertura de tecnologia, inovação e startups