Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.
Antes da pandemia, o talento estava localizado principalmente onde as empresas se situavam. Agora, as empresas vão até esse talento. E isso não significa abrir um escritório perto de um campus universitário, mas sim contratar as melhores cabeças onde quer que estejam.
Uma pesquisa do LinkedIn mostra que houve um aumento de 273,59% na migração de profissionais brasileiros para os Estados Unidos entre maio de 2020 e abril de 2021, auge da pandemia, em relação ao período anterior. Depois dos EUA, Austrália, Alemanha, Espanha, Canadá, França, Argentina e Reino Unido foram os países que mais atraíram brasileiros. A pesquisa do LinkedIn considera uma migração o momento em que um usuário altera a localização em seu perfil do LinkedIn, o que pode significar uma mudança física e/ou um trabalho remoto.
Com o aumento do número de contratações na América Latina nos últimos dois anos, a região também testemunhou aumentos salariais. “Os trabalhadores podem ganhar não apenas em dólar, mas podem ganhar salários significativamente maiores enquanto trabalham remotamente”, disse Alexander Torrenegra, empresário colombiano-americano de trabalho remoto com equipes no Canadá, Nicarágua, Guatemala, Colômbia, Peru, Equador, Argentina, Uruguai, Chile, Quênia, Espanha, Turquia e Macedônia.
Em um movimento semelhante ao que aconteceu com os indianos no passado, os brasileiros começaram a se tornar profissionais qualificados e baratos para empresas estrangeiras. “Todas as partes saem ganhando, pois o poder aquisitivo em dólares ou euros é muito maior, pelo menos para quem continua morando no Brasil”, disse Daniel Koganas, desenvolvedor que mora no Brasil mas trabalha para uma empresa canadense.
✳️ Como trabalhar para uma empresa estrangeira do Brasil?
✳️ Como receber de uma empresa estrangeira trabalhando do Brasil
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Na trilha dos Mercados
A semana conta com dados cruciais para o mercado financeiro - relatório de inflação nos Estados Unidos e decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), ambos na quinta-feira. Mas perto do impacto da guerra, o protagonismo destes dados se desvanece. Todas as incertezas deflagradas pelos ataques da Rússia à Ucrânia estão fazendo o mercado convulsionar. A renda variável opera em queda livre e os preços do petróleo experimentam um rali descomunal, com os preços do petróleo tipo Brent encostando nos US$ 139 por barril. Outras commodities, como o paládio e o cobre, atingiram máximos históricos.
🚫 De um lado...
O governo dos Estados Unidos está explorando um projeto de lei que proibiria a importação de petróleo e produtos energéticos russos, um movimento que poderia aumentar a pressão econômica sobre a Rússia. Caso não consiga convencer seus aliados europeus, a administração Biden cogita fazer a mudança por conta própria, disseram à Bloomberg duas pessoas familiarizadas com o assunto.
🔴 ... E de outro
Porém, o ministro chinês de Relações Exteriores Wang Yi defendeu nesta segunda-feira os laços de seu país com a Rússia, dizendo que a discórdia foi “semeada por terceiros”. O presidente russo Vladimir Putin reiterou durante o fim de semana que a guerra continuará até que a Ucrânia aceite suas exigências, diminuindo as esperanças de um acordo.
⚠️ Aversão ao risco
O mercado se depara com a dificuldade de traçar cenários, sobretudo depois de que a guerra escalou para ameaças nucleares. Não se pode mensurar o impacto de um eventual desabastecimento de commodities energéticas pela Rússia na inflação e nas economias globais. A escalada das cotações nos mercados internacionais não deixa outra opção senão antever uma forte pressão sobre os preços aos consumidor. Mas um aumento das taxas de juros não seria o remédio mais adequado para sanar este tipo inflação. A única certeza, neste momento, é de que os mercados trabalharão com muita pressão e volatilidade.
Leia também: O que esperar dos mercados esta semana? Única certeza é a volatilidade

🟢 As bolsas na sexta-feira: Dow (-0,53%), S&P 500 (-0,79%), Nasdaq (-1,66%), Stoxx 600 (-3,56%), Ibovespa (-0,60%)
A guerra na Ucrânia intensificou a aversão ao risco, com os investidores temendo os seus efeitos sobre o crescimento econômico global. Os ataques da Rússia, e posterior ocupação das forças militares, à maior usina nuclear da Europa deixaram os mercados do mundo inteiro em alerta. Durante o dia, a S&P Dow Jones Indices anunciou que removerá as ações russas de seus índices de referência, juntando-se a outros compiladores de índices globais, num movimento global para isolar a Rússia e tentar colocar fim à guerra.
Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados
No radar
Esta é a agenda prevista para hoje:
• EUA: Crédito ao Consumidor/Jan
• Europa: Alemanha (Encomendas às Indústrias/Jan; Vendas no Varejo; Transações Correntes/Jan); França (Balança Comercial); Reino Unido (Índice de Preços de Imóveis Halifax/Fev)
• Ásia: China (Reservas Estrangeiras, Balança Comercial); Japão (Empréstimos Bancários; Balança Comercial; Rendimento Médio do Trabalhador, Massa Salarial de Empregados/Jan)
• Na América Latina: Brasil (Boletim Focus, PMI Markit/Fev); México (Confiança do Consumidor)
📌 E para amanhã:
• EUA: Indicador NFIB de percepção das pequenas empresas; Balança Comercial/Jan, Índice Redbook, Perspectiva Energética de Curto Prazo da EIA,Estoques de Petróleo Bruto Semanal API
• Europa: Zona do Euro (Emprego/4T21; PIB/4T21); Alemanha e Espanha (Produção Industrial/Jan); Itália (Vendas no Varejo)
• Ásia: Japão (Índice de Indicadores, PIB/4T21, Massa Monetária) Antecedentes/Jan); China (IPC/Fev)
• Brasil: IGP-DI/Fev, Produção e Vendas de Veículos/Fev
Destaques da Bloomberg Línea
• Bancos russos recorrem à China após Visa e Mastercard suspenderem negócios
• Máquina de propaganda de Putin é prejudicada por apagão de mídias sociais
• Vinci Partners será parceira do BNB em fundo de infraestrutura
• Cade analisa recurso contra venda da Oi Móvel na próxima quarta
• Novo chairman da Petrobras: de ex-braço direito de Eike ao Flamengo
Também é importante

• Crise de fertilizantes gera pressão por mineração na Amazônia. A guerra na Ucrânia tem levado agricultores brasileiros lutarem para comprar fertilizantes, o que amplia um debate sobre a exploração das reservas de potássio na Amazônia, inclusive em terras indígenas.
• CEO do Airbnb vê nova tendência para as viagens no mundo. Os Top 20 maiores destinos de viagens internacionais devem perder espaço ao longo dos próximos anos. E quem deve ocupar essa lacuna são cidades de menor porte, com uma densidade populacional menor do que a dos grandes centros e que podem até ser utilizadas como locais de trabalho dentro de um novo equilíbrio que ainda deve se estabelecer. Essa é a visão de Brian Chesky, CEO e cofundador do Airbnb (ABNB).
• Vamos compra Truckvan e inclui implementos rodoviários em portfólio. O contrato prevê um aporte de R$ 30 milhões, a ser realizado na data de fechamento do negócio, e uma aquisição secundária de R$ 54 milhões, feito parte à vista e parte parcelado, que resultará em uma participação indireta de 70% da Vamos. Com isso, a avaliação de 100% da Truckvan corresponde a R$ 90 milhões, segundo a Vamos.
• Paranapanema avança em processo de reestruturação de dívida. A produtora de produtos de cobre acertou com os principais credores a reestruturação de uma dívida financeira de US$ 479 milhões com pagamentos previstos até o final de 2028.
Opinião Bloomberg
A Nike deve ser a próxima casa de moda de luxo
A Nike está na moda agora. Ao tornar seus tênis mais populares mais difíceis de encontrar, a marca está prestes a se tornar mais um nome de luxo, como Gucci ou Louis Vuitton, do que um produto para as massas. Isso tem um peso enorme tanto para o valor da marca da gigante de roupas esportivas quanto para seus lucros. E com a indústria de luxo americana em frangalhos, é uma estratégia que a empresa deve levar ainda mais adiante.
Pra não ficar de fora

O Brasil vai importar um produto inusitado da China, seu maior parceiro comercial. É uma roda-gigante panorâmica fabricada pela chinesa Liaoning Songling. O equipamento será a nova atração turística de Olímpia, no interior de São Paulo, com previsão de ser inaugurada no quarto trimestre deste ano, informou o Grupo Playcenter.
🎡 A roda-gigante de Olímpia terá 88 metros de altura e 54 cabines transparentes e climatizadas, para até oito pessoas cada, comportando uma capacidade total de 432 visitantes simultaneamente, segundo o Playcenter. O valor não foi divulgado.
🎟 A implantação em Olímpia será de forma gradual e seguirá os mesmos moldes da roda-gigante Rio Star, no Rio de Janeiro, segundo a tradicional companhia brasileira do setor de parques de diversões, dona das marcas Playcenter, Playcenter Family, Playland e Kidzland.
🟣 O equipamento vai desenvolver o turismo na cidade de Olímpia, transformada em Estância Turística por projeto de lei aprovado em 2014. O município fica a cerca de 440 km da capital paulista, no norte do estado, na região metropolitana de São José do Rio Preto. Os parques aquáticos Thermas dos Laranjais e Hot Beach já funcionam na cidade de 56 mil habitantes.