Paranapanema avança em processo de reestruturação de dívida

Produtora de cobre acerta pagamento de primeira parcela de US$ 27 milhões, previsto em acordo com credores

Unidade industrial da Paranapanema em Dias d'Ávila, na Bahia, inserida no Polo de Camaçari: companhia foi obrigada a reestruturar dívida a partir de 2016
05 de Março, 2022 | 08:07 PM

São Paulo — A metalúrgica Paranapanema (PMAM3), produtora de produtos de cobre, anunciou neste sábado (5) um avanço no seu processo de reestruturação de uma dívida financeira de US$ 479 milhões, acordado com os principais credores e com pagamentos previstos até o final de 2028.

“A companhia cumpriu com todas as condições precedentes do acordo firmado no dia 29 de dezembro de 2021, que incluiu o pagamento da primeira parcela de juros e principal da dívida reestruturada, no valor de aproximadamente US$ 27 milhões”, informou o diretor financeiro e de relações com investidores da companhia, Igor Gravina Taparelli, em fato relevante enviado hoje à CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

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No acordo, a Paranapanema tinha se comprometido até com a possibilidade de vender ativos não-operacionais a fim de amortizar os valores da nova reestruturação de dívidas renegociadas pela primeira vez em 2017.

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Entre os credores da Paranapanema, estão os bancos Caixa Econômica Federal, Scotiabank Brasil, Bradesco, Banco do Brasil, Cargill Finance, CCB, Sumitomo, BNP e ING.

A metalúrgica possui três unidades fabril. A matriz, no município baiano de Dias d’Ávila, produz cátodos, fios e vergalhões, além de coprodutos de cobre, como lama anódica e ácido sulfúrico. Já a unidade de Santo André, na Grande São Paulo, fabrica produtos de cobre e suas ligas, como laminados, tubos e barras. A terceira unidade situa-se em Serra, no Espírito Santo, onde são produzidos conexões de cobre.

Já o Centro de Distribuição de Produtos de Cobre (CDPC), controlado pela companhia, tem unidades na Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro, respondendo pela logística de distribuição. No terceiro trimestre de 2021 (último dado financeiro disponível), a companhia reportou um prejuízo de R$ 419,5 milhões, um crescimento de 152,4% na comparação anual.

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Entre os acionistas da Paranapanema, segundo dados da B3, estão o empresário Silvio Tini de Araújo (0,46% do total), sua holding Bonsucex (5,71%), a Caixa Econômica Federal (16,18%), a Mineração Buritirama (13,58%) a Glencore International Investments (5,73%), a Cargill Financial Services International (8,75%), a EWZ Investments (6,04%), entre outros.

Em 2016, a companhia foi atingida pela crise de crédito do Brasil e iniciou um processo para readequar sua estrutura de capital, liquidez e perfil de endividamento, a fim de honrar seus compromissos financeiros. Em 2017, a Glencore International Investments se comprometeu a aportar R$ 66 milhões no capital da Paranapanema por meio de uma emissão de ações.

(Atualiza às 13h do dia 6/3 com detalhes sobre os credores da companhia)

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Sérgio Ripardo

Jornalista brasileiro com mais de 25 anos de experiência, com passagem por sites de alcance nacional como Folha e R7, cobrindo indicadores econômicos, mercado financeiro e companhias abertas.