IBM tem maior expansão de vendas em 10 anos com demanda por nuvem

A ação saltou até 7,5% em negociações nos after-market após empresa superar previsões dos analistas

Produtos de cloud sustentam ganhos no final de 2021
Por Jackie Davalos
24 de Janeiro, 2022 | 08:41 PM

Bloomberg — A International Business Machines Corp. (IBM) divulgou uma receita que superou as estimativas dos analistas, impulsionada pela forte demanda na unidade de software, que inclui a oferta de nuvem híbrida da IBM, sinalizando que os esforços da empresa para reposicionar a gigante de tecnologia de 110 anos estão dando frutos.

As vendas subiram 6,5% para US$ 16,7 bilhões nos três meses encerrados em 31 de dezembro, disse a empresa de tecnologia de Armonk, em Nova York, na segunda-feira, em comunicado. Foi o maior aumento em pelo menos 10 anos. Analistas esperavam US$ 16 bilhões, em média, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. A ação saltou até 7,5% em negociações nos after-market.

“Este é o início da nova IBM e a perspectiva de como será o futuro”, disse o diretor financeiro Jim Kavanaugh em entrevista. “Vimos uma aceleração muito saudável na nuvem e na consultoria, que são as principais áreas de crescimento.”

A área de software da IBM, a maior das unidades de negócios, cresceu 8,2%, para US$ 7,3 bilhões. A unidade de consultoria, anteriormente conhecida como Global Business Services, registrou US$ 4,7 bilhões em receita, um aumento de 13% em comparação com o ano anterior.

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Os resultados foram os primeiros desde que a IBM concluiu a cisão de grande parte de sua unidade de serviços de infraestrutura herdada em novembro em uma nova empresa chamada Kyndryl, que inclui operações de serviços como gerenciamento de data centers de clientes e suporte tradicional de tecnologia da informação. O desinvestimento marcou a quarta grande transformação da IBM e um passo significativo no plano do CEO Arvind Krishna de transformar a Big Blue em companhia de nuvem e inteligência artificial.

A receita da nuvem híbrida cresceu 16%, para US$ 6,2 bilhões, liderada pelas vendas da Red Hat, que aumentaram 19% durante o trimestre.

A estratégia de Krishna de levar a IBM, que tradicionalmente se concentrava em computadores mainframe e serviços de tecnologia da informação, para o mercado de computação em nuvem em rápido crescimento ajudou a reviver as vendas após anos de crescimento estagnado da receita. No entanto, mesmo que as empresas mudem mais suas operações para a internet, a IBM enfrenta concorrência em serviços em nuvem de gigantes como Microsoft Corp. (MSFT) e Amazon.com Inc. (AMZN) que auxiliam os clientes no armazenamento e computação de dados em infraestrutura local, serviços de nuvem privada e servidores executados por provedores públicos.

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“No passado, a IBM se beneficiava de sistemas que não conseguiam se integrar facilmente, mas a nuvem mudou isso”, disse Julie Bhusal Sharma, analista da Morningstar. “A pandemia estimulou as empresas a começar a migrar cargas de trabalho para a nuvem e, como estão fazendo a mudança de qualquer maneira, estão optando pelos melhores fornecedores da categoria”.

Mesmo antes de assumir o cargo de CEO no auge da pandemia, Krishna desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento da estratégia de nuvem híbrida da IBM e supervisionou a aquisição da Red Hat por US$ 33 bilhões. Este mês, a IBM vendeu uma parte de seu negócio Watson Health para a empresa de private equity Francisco Partners, reduzindo as ambições outrora elevadas da empresa de tecnologia na área de saúde.

Em relação a quaisquer outras grandes mudanças na estrutura da empresa pós-Kyndryl, Krishna disse que a IBM “fez muito trabalho pesado de que precisamos e sinto que temos o portfólio certo”.

A IBM prevê um crescimento de receita de um dígito médio em 2022, além de um aumento de cerca de 3% nas vendas incrementais para Kyndryl. “Sua orientação aponta para um crescimento de cerca de 7% a 8%, o que não é ruim para eles”, disse Anurag Rana, analista da Bloomberg Intelligence. “Ainda assim, eles enfrentarão comparações difíceis no segundo semestre do ano.”

O lucro excluindo alguns custos foi de US$ 3,35 por ação, acima da estimativa média dos analistas de US$ 3,23. A margem bruta foi de 56,9%, superando os 56,1% esperados pelos analistas.

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