Ibovespa reage à reforma do imposto de renda e despenca, descolado do exterior

Dólar futuro cai, em linha com pares emergentes, que surfam em commodities; ceticismo quanto à agenda governista de reformas pesa no sentimento

Investidores brasileiros reagem esta semana aos números mais fracos que o esperado para a economia brasileira no segundo trimestre
02 de Setembro, 2021 | 11:23 AM

Bloomberg Línea — O Ibovespa volta a negociar abaixo do patamar dos 118 mil pontos na primeira hora de pregão desta quinta-feira (2), com o mercado mostrando um pé atrás em relação à agenda de reformas do governo. Ainda que a Câmara tenha aprovado o texto-base da reforma do Imposto de Renda na véspera - e que deve ter a discussão dos destaques hoje -, houve uma derrota para o governo no Senado, que derrubou uma minirreforma que criava novos programas trabalhista.

O bom humor dos mercados no exterior limita parte das perdas por aqui, com os índices americanos impulsionados pelos dados de pedidos de seguro-desemprego da última semana nas mínimas da pandemia - o que elevou as expectativas para a divulgação do Payroll amanhã (3).

  • Perto das 11h00, o Ibovespa caía 1,27%, a 117.881 pontos
    • A Vale (VALE3) caía 0,33%, dando continuidade ao recuo da véspera, na esteira das perdas do minério de ferro
  • O dólar futuro caía 0,12%, a R$ 5,1939, em linha com pares emergentes, que surfavam na alta das commodities, como o petróleo
  • O contrato WTI, negociado nos EUA, subia 1,81%, a US$ 69,83, enquanto o Brent, de Londres, avançava 1,62%, a US$ 72,75
  • Nos EUA, as bolsas operam no azul: o Dow Jones subia 0,26%, o S&P 500, 0,30%, e o Nasdaq, que fechou em novo recorde na véspera, avançava 0,19%

Destaques da bolsa: Os papéis PNB da Eletrobras caem mais de 3%; na véspera, a ação disparava com notícias sobre a privatização

Contexto

Os investidores brasileiros reagem esta semana aos números mais fracos que o esperado para a economia brasileira no segundo trimestre. Hoje, o IBGE divulgou que a produção industrial do país teve um recuo de 1,3% em julho na comparação mensal, após retração de 0,2% no mês anterior.

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  • Com o resultado, o indicador ficou 2,1% abaixo do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020. A indústria acumula queda de 1,5% em dois meses, após alta de 1,2% em maio.
  • Ontem, a XP Investimentos reduziu a projeção para o crescimento do PIB no ano que vem, de 2,3% para 1,7%, após o resultado praticamente estável para o indicador no terceiro trimestre

Do lado fiscal, tanto o presidente da Câmara, Arthur Lira, quanto o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, têm tentado segurar pressões da ala política para prorrogar o auxílio emergencial com receitas extraordinárias e deixar o lançamento do novo programa social para frente. As informações são da Bloomberg News.

Lá fora, os pedidos iniciais de seguro-desemprego em programas federais americanos tiveram uma queda de 14.000, para 340.000, na semana encerrada em 28 de agosto, segundo dados do Departamento de Trabalho. A estimativa média em uma pesquisa da Bloomberg com economistas pedia uma ligeira redução para 345.000 novos pedidos.

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Kariny Leal

Jornalista carioca, formada pela UFRJ, especializada em cobertura econômica e em tempo real, com passagens pela Bloomberg News e Forbes Brasil. Kariny cobre o mercado financeiro e a economia brasileira para a Bloomberg Línea.

Ana Siedschlag

Editora na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero e especializada em finanças e investimentos. Passou pelas redações da Forbes Brasil, Bloomberg Brasil e Investing.com.