Finlândia quer envolvimento feminino na reconstrução econômica

Primeira-ministra Sanna Marin defende que mulheres sejam envolvidas ativamente na elaboração de políticas públicas

"É preciso dar atenção especial (à igualdade) na recuperação e reconstrução das nossas sociedades”
Por Kati Pohjanpalo e Leo Laikola
26 de Agosto, 2021 | 11:53 AM

Bloomberg — As mulheres precisam ser incluídas na reconstrução das economias depois que a pandemia causou um “recuo” na igualdade em muitos países, dado que foram atingidas de forma desproporcional, disse a primeira-ministra da Finlândia, Sanna Marin.

Aos 35 anos, ela comanda uma coalizão de cinco partidos — todos liderado por mulheres — e uma nação onde saúde pública para todos e redes de proteção social ajudaram a proteger a população do pior da crise econômica. O país, um dos líderes globais em igualdade de gênero, concluiu que as mulheres são maioria entre os trabalhadores da linha de frente de combate ao coronavírus e que continuam encarregadas da maior parte das tarefas domésticas.

É preciso dar “atenção especial (à igualdade) na recuperação e reconstrução das nossas sociedades”, disse Marin durante entrevista em Helsinque.

Mãe de uma menina de três anos chamada Emma, a premiê argumenta que muitas das soluções são estruturais: envolver ativamente as mulheres na elaboração de políticas públicas em vez de tê-las apenas como alvo dessas políticas e fazer com que a igualdade atravesse todas as áreas das políticas governamentais.

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Veja mais: Como as mulheres lutam para recuperar a força econômica perdida na pandemia

“A igualdade não é um silo, um segmento único, é algo que acontece quando a igualdade é levada em consideração em todas as maneiras de viver e nas políticas públicas. As sociedades escandinavas de bem-estar social são igualitárias porque entendem como o conceito de igualdade é amplo e exige ação em todos os setores políticos.”

Sanna Marin, primeira-ministra da Finlândia

O governo dela trabalha para avançar a igualdade de gênero, inclusive promovendo a divisão mais igualitária das tarefas da casa. A reforma nas regras de licença parental no ano passado foi elaborada para que os pais assumissem parte das funções das mães no cuidado de crianças pequenas.

“A distribuição desigual de licença familiar é um motivo central que impede o progresso das mulheres na carreira, o que cria disparidade em relação aos salários dos homens e suas perspectivas de carreira”, disse ela.

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