BTG Pactual tem lucro recorde no 1º trimestre com rentabilidade de 22,8%

Lucro líquido ajustado atingiu R$ 2,9 bi, o maior já registrado em um trimestre; banco de investimento cita aumento da captação líquida e da diversificação dos negócios

Sede do BTG Pactual, em São Paulo
13 de Maio, 2024 | 08:05 AM

Bloomberg Línea — O BTG Pactual (BPAC11) reportou ao mercado nesta manhã de segunda-feira (13) um lucro líquido ajustado de R$ 2,9 bilhões no primeiro trimestre, um crescimento anual de 27,7%. Houve ainda recorde de receitas totais no período, que somaram R$ 5,9 bilhões, aumento de 22,7%.

Segundo o maior banco de investimentos do país, esse resultado foi o maior lucro que já registrou em um trimestre, atribuído ao aumento da captação líquida, das franquias de clientes e da diversificação de seus negócios, em meio a um cenário macroeconômico desafiador.

O retorno ajustado sobre o patrimônio líquido (ROAE) ficou em 22,8% nos primeiros três meses de 2024. Apenas para efeito de comparação, o Itaú Unibanco (ITUB4) apresentou na semana passada um indicador de rentabilidade de 21,9%, o maior entre os principais bancos com atuação no varejo brasileiro.

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“O contínuo crescimento das nossas franquias de clientes e a diversificação do nosso modelo de negócios refletem nossa busca pela excelência na prestação de serviços aos nossos parceiros, clientes e acionistas”, disse Roberto Sallouti, CEO do BTG Pactual, em comunicado.

No trimestre, o banco informou ter captado R$ 64 bilhões em net new money (NNM), sendo R$ 43,6 bilhões na área de wealth management - dentro desse volume, R$ 15,9 bilhões referentes à aquisição da Órama Investimentos -, e R$ 20,2 bilhões em asset management, totalizando R$ 1,64 trilhão de ativos (AuM/WuM) sob gestão e administração ao fim do período.

Segundo o comunicado, a área de investment banking apresentou receita de R$ 654 milhões. O resultado cresceu 41% em três meses e 151% na comparação anual, impulsionado positivamente pelo recorde de receitas em M&A (fusões e aquisições) e maiores volumes no mercado de dívida (DCM).

Carteira de crédito de R$ 182 bi

A área de corporate lending and business banking registrou um recorde de receita de R$ 1,4 bilhão no primeiro trimestre, um avanço de 20,5% na comparação anual.

A carteira de crédito totalizou R$ 181,6 bilhões no trimestre, aumento de 26,7% em 12 meses, com crescimento da participação no mercado tanto de grandes quanto de pequenas e médias empresas, que representam R$ 22,1 bilhões do portfólio total.

A área de sales & trading, por sua vez, teve uma receita de R$ 1,37 bilhão entre janeiro e março, com forte contribuição das franquias de clientes. Citando um ambiente macroeconômico de maior incerteza, tanto no mercado local quanto internacional, o banco disse que manteve uma alocação de risco que classificou de eficiente, com VaR de 0,36%, ainda abaixo das médias históricas.

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Segundo o banco, a partir deste trimestre, a área de principal investments passa a ser reportada dentro de sales & trading, devido à natureza semelhante do negócio e relevância reduzida para o total de receitas. A linha de principal investments teve contribuição de R$ 13 milhões entre janeiro e março.

Já o “braço” de asset management contabilizou um trimestre de recorde de receitas, com crescimento de 29,8% em 12 meses e de 13% em três meses, alcançando R$ 574 milhões. O total de ativos sob gestão e administração (AuM e AuA) chegou a R$ 880 bilhões no primeiro trimestre, aumento anual de 22,7%.

A área de wealth management and personal banking também teve recorde de receitas pelo 21º trimestre consecutivo, de R$ 879 milhões, alta anual de 26,7%. Os ativos sob gestão (WuM) somaram R$ 756 bilhões, alta de 33% no mesmo período.

O banco realiza teleconferência com analistas às 11h (horário de Brasília) para comentar o resultado. No acumulado do ano, as units do BTG têm queda de 10,87%, mas sobem 31,50% em 12 meses.

Análise

Em nota aos clientes, o Goldman Sachs avaliou que o lucro do BTG Pactual veio 4% acima de sua estimativa e 1% acima do consenso de analistas ouvidos pela Bloomberg e manteve a recomendação de compra para as units com preço-alvo de R$ 42, o que representa um upside de 25,3% em relação ao fechamento da sexta-feira (R$ 33,52).

“O forte faturamento foi parcialmente compensado por despesas de remuneração e impostos sobre receitas sequencialmente mais altas, embora os lucros antes de impostos ainda tenham aumentado 2% no trimestre. Acreditamos que os resultados foram sólidos em geral, especialmente com a expansão das receitas e melhor mix de receitas no trimestre”, escreveram os analistas Tito Labarta, Tiago Binsfeld, Beatriz Abreu e Lindsey Shema.

- Matéria atualizada às 10h57 com comentários de analistas do Goldman Sachs.

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Sérgio Ripardo

Jornalista brasileiro com mais de 25 anos de experiência, com passagem por sites de alcance nacional como Folha e R7, cobrindo indicadores econômicos, mercado financeiro e companhias abertas.