Fundos imobiliários superam 2 milhões de investidores; veja os preferidos

Marca é alcançada em cenário de menor apetite por ativos de risco, com Selic em 13,75% ao ano e perspectivas de manutenção acima de dois dígitos

Em janeiro, o Ifix recuou 1,6%, enquanto o Ibovespa fechou o mês em alta de 3,4%
10 de Fevereiro, 2023 | 05:42 AM

Bloomberg Línea — Em um contexto mais desafiador para ativos de risco, com inflação e juros elevados, os fundos imobiliários superaram uma marca há muito esperada pelo setor: a de 2 milhões de investidores pessoas físicas.

De acordo com novos dados da B3, o número de investidores com posição em custódia chegou a 2,06 milhões em janeiro, um aumento de 5,4% ante dezembro e de 30,25% em 12 meses.

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O marco foi alcançado mesmo em um cenário de menor apetite por produtos de renda variável, com investidores preferindo alocar seus recursos em ativos de renda fixa, mais conservadores e com taxas atrativas, dada a Selic em 13,75% ao ano desde agosto passado.

Em janeiro, o Ifix, índice que acompanha o desempenho dos principais fundos imobiliários listados em bolsa, recuou 1,6%, enquanto o Ibovespa (IBOV) fechou o mês em alta de 3,4%. Em 12 meses, o Ifix sobe 1,6% e o Ibovespa, 1,1%.

Os FIIs, como são conhecidos, ganharam popularidade de 2019 a 2021 no ambiente de juros nas mínimas históricas, com o brasileiro buscando alternativas mais rentáveis diante de prêmios irrisórios na renda fixa.

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O número de investidores, que era de 12 mil em 2009, teve seu grande salto em 2019, quando mais que dobrou em relação ao ano anterior, para 645 mil (vale lembrar que um investidor pode ter conta em mais de uma corretora, de modo que o número não reflete necessariamente o total de pessoas).

A indústria de fundos imobiliários na bolsa responde hoje por um patrimônio líqudo de R$ 201 bilhões, com um valor de mercado de R$ 146 milhões. São mais de 800 fundos imobiliários, dos quais 467 listados na B3.

O contexto de juros nas alturas, acima de dois dígitos, também levou à redução de ofertas de FIIs em 2022, que fecharam o ano em 67, com volume de R$ 20 bilhões. Em anos anteriores, a indústria registrou 76 ofertas (em 2021) e 75 (em 2020), segundo dados da B3. Já em janeiro deste ano, a bolsa contabilizou quatro ofertas, com o volume totalizando R$ 3 bilhões.

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Levantamento do Clube FII mostra que os segmentos de shopping center/varejo e híbrido são os que contam com a maior quantidade de cotistas, com uma média de 175,4 mil e 92,3 mil investidores.

Esse número é puxado para cima pelo fundo XP Malls (XPML11) e pelo Vinci Shopping Centers (VISC11), cada um com mais de 230 mil investidores cada. O resultado é mais que o dobro da média geral do Ifix, de pouco mais de 82 mil cotistas por fundo, segundo o Clube FII.

Mas são os fundos de recebíveis imobiliários – os chamados “FIIs de papel”, por contarem com papéis de renda fixa na carteira – que dominam a indústria, com 42 fundos, dos 111 do Ifix.

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Na sequência, aparecem os segmentos logístico, de FOFs (os fundos de fundos) e os de escritórios, com 18, 15 e 12 fundos no mercado, respectivamente.

Fundos com maior crescimento de cotistas

Além de liderar o grupo de fundos com mais cotistas, o Maxi Renda (MXRF11) registrou o maior crescimento em número total de cotistas nos últimos 12 meses, de acordo com o levantamento, mesmo envolvido em controvérsia a respeito da distribuição de dividendos no ano passado.

O total de cotistas do FII saltou de 489 mil para 734 mil. Ele foi o único fundo a ganhar mais de 250 mil cotistas, número 11 vezes maior que a média do Ifix, de pouco mais de 22 mil.

Já em percentual, o fundo que mais cresceu foi o More Recebíveis Imobiliários (MORC11), que passou de 327 para 4.547 investidores, um aumento de mais de 1.200%. Em comparação, a média dos fundos do Ifix é de 90%.

Confira, a seguir, os FIIs com maior número de investidores:

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.