As recomendações de analistas para 10 das principais ações da América Latina

Blue chips e outras empresas tradicionais fazem parte do portfólio de muitos investidores, mas 2023 pode ser diferente. Conheça a visão de especialistas de mercado

Painel de cotações da B3
22 de Janeiro, 2023 | 06:31 PM

Bloomberg Línea — O ano que começou tem diferentes desafios no nível macroeconômico e, em particular, para o investimento em ações na América Latina e no mundo.

Relatórios recentes dos principais estrategistas do Morgan Stanley (MS), do Goldman Sachs (GS) e de outros bancos advertiram que as ações enfrentarão novos declínios no primeiro semestre de 2023, à medida que os lucros das empresas vão sucumbir ao crescimento econômico mais fraco e à inflação ainda alta.

Mas o segundo semestre marcaria uma recuperação, uma vez que o Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, deixaria de aumentar as taxas de juros.

Nesse contexto, a Bloomberg Línea selecionou dez empresas latino-americanas, com base em sua capitalização de mercado, e reuniu a avaliação de analistas que acompanham seu desempenho nos mercados de ações.

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Veja abaixo as recomendações de analistas consultados (para compra, manutenção ou venda das ações), além do preço projetado para os próximos doze meses, com a ressalva de que as informações não devem ser consideradas uma recomendação específica de investimento:

1. Vale

A Vale (VALE3) produz e vende minério de ferro, pelotas, manganês, ligas, ouro, níquel, cobre, caulim, bauxita, alumina, alumínio e potássio. No Brasil, possui e opera ferrovias e terminais marítimos. Pode se beneficiar da retomada da economia chinesa, que pode ampliar a demanda por minério de ferro.

No encerramento da bolsa em 17 de janeiro, a empresa tinha capitalização de mercado de US$ 86,4 bilhões, a mais alta deste grupo de empresas selecionadas.

Para 66,7% dos analistas consultados pela Bloomberg, os investidores devem comprar ações da Vale, enquanto 33,3% recomendam a posse e nenhum deles recomenda a venda das ações.

Para 16 dos 25 analistas que fizeram suas recomendações, o preço-alvo da ação em 12 meses é de R$ 93,77, com um potencial de retorno de 1,5%.

2. Petrobras

A Petrobras (PETR3, PETR4) é uma das maiores petrolíferas das Américas e deve passar por mudanças profundas no governo Lula, com redução dos lucros e da distribuição de dividendos em detrimento de investimentos em refinarias e outras áreas, como energias renováveis.

A estatal de capital misto refina, comercializa e fornece produtos derivados do petróleo. Além disso, também opera petroleiros, oleodutos de distribuição, terminais marítimos, fluviais e lacustres, usinas térmicas, fábricas de fertilizantes e unidades petroquímicas na América do Sul e em outros locais do mundo.

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Com um valor de mercado de US$ 70,2 bilhões, 58,8% dos analistas estão inclinados a manter as ações e 11,8% recomendam a venda. E 29,4% pensam que os investidores devem comprar ações.

No consolidado, 18 dos 21 analistas consultados pela Bloomberg acreditam que as ações poderiam atingir o valor de R$ 35,40 nos próximos 12 meses.

3. Walmart de México

A Wal-Mart de México (WALMEX), unidade do grupo americano no país vizinho, vende alimentos, roupas e outros produtos em uma variedade de formatos de loja. A empresa opera supermercados Walmart, lojas de atacado Sam’s Club, lojas de desconto Bodegas e supermercados Superama.

Entre as recomendações dos analistas, a maioria está inclinada a comprar ações (52,4%), um grupo menor a manter as ações (38,1%) e uma minoria indica a venda (9,5%). O valor de mercado atual do Walmart de México é de US$ 67 bilhões.

Dos 24 analistas consultados, 21 previram um preço-alvo de 12 meses de 81,38 pesos mexicanos para a ação, com um potencial de retorno de 13,3%.

4. América Móvil

A America Móvil (AMXL) fornece serviços de telecomunicações e de voz sem fio e fixos, como banda larga e serviços locais, nacionais e internacionais de longa distância.

A empresa, que é a principal fornecedora de telecomunicações da América Latina, fecha o top 3 do ranking com uma valor de mercado de US$ 65,5 bilhões, de acordo com a Bloomberg.

O consenso dos analistas indica que o preço-alvo da ação em 12 meses é de 21,25 pesos mexicanos , com um potencial de retorno de 9,5%.

5. Southern Copper

A Southern Copper (SCCO) dirige operações de mineração no Peru e no México e possui minas a céu aberto e complexos metalúrgicos que produzem cobre, molibdênio, zinco e metais preciosos.

O preço das ações da empresa em sua cotação nos EUA pode cair para US$ 55,58 nos próximos 12 meses, de acordo com 17 dos 23 analistas pesquisados pela Bloomberg. Isso se traduz em um retorno negativo de -26,9%.

Além disso, da seleção apresentada neste artigo, é a empresa com que mais tem recomendação de venda (52,6%) entre o consenso dos analistas.

6. MercadoLivre

O MercadoLivre (MELI) opera a maior plataforma de e-commerce para os mercados da América Latina, mas principalmente no Brasil, no México e na Argentina. Permite que pessoas físicas e jurídicas anunciem itens, comprem e vendam on-line no formato de leilão ou com preço fixo e oferece serviços financeiros para rentabilizar e acelerar os negócios por meio do Mercado Pago.

Para as ações listadas na Nasdaq, nos EUA, a recomendação de compra está presente para 88% dos analistas, enquanto outros 12% recomendam manter as ações e nenhum deles recomenda a venda.

Dos 30 analistas, 22 que deram sua opinião sobre o preço da ação e apontam que o preço atingirá US$ 1.238,66 nos próximos 12 meses, com um potencial retorno de 17,2%.

A empresa latino-americana tem uma capitalização de mercado de US$ 53,8 bilhões em Wall Street

7. Itaú Unibanco

O Itaú Unibanco (ITUB4) é o maior banco do Brasil com ampla gama de produtos e serviços oferecidos. O banco tem mostrado resiliência e capaz de tomar proveito do ambiente de juros altos e maiores spreads na concessão de crédito, embora a alta da inadimplência seja um ponto de atenção.

O banco brasileiro poderia atingir um preço por ação de R$ 32,31 em um ano, e 75% dos analistas estão inclinados a comprar ações a julgar por suas recomendações.

8. Ambev

A Ambev (ABEV3) tem como atividade principal a produção e a distribuição de cerveja. Também atua no negócio de refrigerantes, bebidas não-alcoólicas e não carbonatadas com marcas próprias. Possui direitos exclusivos de engarrafamento e distribuição dos produtos Pepsi CSD no Brasil.

57,9% dos analistas recomendam a compra de ações da Ambev, enquanto 10,5% estão inclinados a vender, uma diferença significativa para uma empresa com uma capitalização de mercado de US$ 42 bilhões.

Um sinal de alerta é um possível contágio do caso de escândalo contábil da Americanas (AMER3), uma vez que os principais acionistas das duas companhias são os mesmos: Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira.

O contágio hipotético poderia se dar pela descoberta eventual de práticas contábeis na companhia ou pela desconfiança de investidores a esse respeito. Mas não há nada concreto até aqui.

9. Grupo México

O Grupo México (GMEXICOB) extrai, processa e comercializa cobre, prata, ouro, molibdênio, chumbo e zinco. Tem concessões para operar as linhas ferroviárias Pacifíco-Norte e Chihuahua-Pacífico e opera minas de cobre a céu aberto, minas subterrâneas, minas de carvão, fundições de cobre, uma usina de aço, uma instalação de barras e uma refinaria de metais preciosos através de subsidiárias.

Para 21 dos 23 analistas, o preço-alvo de 12 meses para a ação será de 89,45 pesos mexicanos, com um potencial retorno de 13,6%.

10. WEG

A WEG (WEGE3) fabrica e distribui máquinas industriais de setores com demanda em alta. Seus produtos incluem motores elétricos, transformadores de eletricidade e distribuição, motores grandes, motores de corrente contínua, geradores, ignições, controladores programáveis, painéis elétricos e componentes elétricos, e a empresa oferece serviços de reparo e suporte técnico.

A empresa brasileira tem capitalização de mercado de US$ 31,5 bilhões e projeta-se que o preço das ações poderá chegar a R$ 44,82, com 66,7% dos analistas recomendando a compra.

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Sebastián Osorio Idárraga

Comunicador social e jornalista. Ex-editor da revista Hogar en Semana. Ex-jornalista econômico da Revista Dinero e da Radio Nacional de Colombia. Podcaster.