A culpa é também do home office?

Também no Breakfast: Mercados têm inflação como protagonista da semana, que começa no azul; O novo investimento da família Safra para ultra-ricos em Nova York e Compartilhamento de jatos, a nova aposta do setor aéreo

Tempo de leitura: 4 minutos

Bloomberg Línea — Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.

Inflação, aumento dos juros, taxas de câmbio voláteis. Não faltam razões para impactar os negócios das empresas em diferentes mercados. Mas a análise das conferências sobre os balanços do segundo trimestre revelou um novo vilão: o trabalho remoto.

Da rede de hamburguerias Shake Shack à gigante de bens de consumo Kimberly-Clark, empresas dos mais variados setores estão atribuindo resultados abaixo do esperado ao processo de volta dos trabalhadores aos escritórios, que para elas está mais lento do que o desejável.

Nicholas Bloom, professor de economia da Universidade Stanford que conduz uma pesquisa mensal sobre os padrões de trabalho em casa nos Estados Unidos, descobriu que as cidades americanas estão experimentando o que ele descreve como efeito “donut”, em que os distritos comerciais centrais ficam vazios enquanto os bairros residenciais ao redor da cidade ficam mais cheios.

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Trabalhadores em escritórios na cidade de Nova York, em média, pretendem reduzir seu tempo em suas mesas quase pela metade e cortar os gastos anuais na cidade para até US$ 6.730, estima Bloom, contra US$ 12.561 antes da pandemia.

E no Brasil, como estará esse fenômeno? A semana terá os resultados de grandes varejistas como Magazine Luiza e Americanas e de redes de restaurantes e lanchonetes como Arcos Dorados (operadora do McDonald’s no país), BK Brasil e IMC, entre outras. Será a oportunidade de avaliar o impacto.

Empresas dos mais variados setores não conseguem antever quando a demanda que existia no entorno dos escritórios irá normalizar. Confira na matéria completa.

Escritórios vazios ou com ocupação abaixo dos níveis pré-pandemia afetam as vendas de empresas de diferentes setores dfd

Na trilha dos Mercados

Os investidores em renda variável vão às compras antes que a profecia de aumentos mais fortes dos juros se materialize. Os sólidos dados sobre o emprego nos Estados Unidos, que superaram as expectativas mais otimistas e devolveram a taxa de desemprego a mínimos históricos (3,5%), reforçam os argumentos do Federal Reserve (Fed) a favor de um maior aperto monetário para controlar a inflação. A tensão entre China e EUA esfriou, mas está latente.

🛣️ Inflação mostra o caminho. Os indicadores de preços ao consumidor e ao produtor dos EUA, previstos para quarta e quinta-feira, respectivamente, orientarão as negociações. Com base nestes dados, os operadores vão ajustar suas projeções sobre a magnitude de alta dos juros pelo Fed e suas carteiras de investimento, o que deve gerar volatilidade nos mercados. Ainda que as pressões sobre os preços pareçam estar chegando ao teto, não está claro que se permanecerão em níveis obstinadamente altos.

✍️ O que os economistas esperam. O IPC geral de julho poderia se moderar (os economistas consensuam para algo como +8,7%, contra os 9,1% da leitura anterior) graças à redução dos preços do petróleo (o barril tipo WTI caiu 7% no mês). Mas o núcleo da inflação pode subir para +6,1%, contra os +5,9% anteriores, em um contexto de mercado de trabalho tensionado e salários em alta (+5,2% em julho).

💰 Mais para o mercado repercutir. Os EUA aprovaram ontem nova tributação para big techs, petrolíferas e carros elétricos. Trata-se de uma medida que terá impacto sobre os resultados financeiros de empresas que estão entre preferidas de investidores. A Casa dos Representantes, de maioria democrata inequívoca, precisará ainda aprovar o projeto nos próximos dias, mas não há dúvidas sobre esse próximo passo antes da promulgação.

→ A análise completa você lê no Radar dos Mercados

Leia também: Ata do Copom, IPCA e os principais eventos do mercado na semana que começa

Um panorama dos mercados no começo da manhãdfd
🟢 As bolsas na sexta: Dow Jones Industrials (+0,23%), S&P 500 (-0,16%), Nasdaq Composite (-0,50%), Stoxx 600 (-0,76%), Ibovespa (+0,55%)

As ações dos Estados Unidos tiveram pregão instável, com os operadores reagindo aos dados melhores que o esperado do emprego no mês de julho - uma amostra de força da economia, mas que pode levar o Fed a seguir com o plano de um aperto monetário mais vigoroso para conter a inflação.

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No radar

Esta é a agenda prevista para hoje:

EUA: Índice de Tendência de Emprego/Jul

Europa: Zona do Euro (Confiança do Investidor Sentix/Ago; Reino Unido (Vendas no Varejo do BRC/Jul)

América Latina: Brasil (Boletim Focus)

Ásia: Japão (Índice Economy Watchers/Jul, Balança Comercial, Empréstimos Bancários)

Outros: Negociações sobre o acordo nuclear no Irã

Balanços do dia: SoftBank, Barrick Gold, Siemens Energy, Porsche, Palantir, BB Seguridade, Direcional, Itaú Unibanco, Neogrid e São Martinho

📌 Para a semana:

Terça-feira: EUA (Indicador NFIB de Otimismo das Pequenas Empresas, Índice Preliminar de Produtividade Não-Agrícola e Custo de Mão-de-obra/2T22)

Quarta-feira: EUA (IPC); China (IPC e IPP); Pronunciamentos de Charles Evans (Fed de Chicago), Neel Kashkari (Fed de Minneapolis)

Quinta-feira: EUA (IPP; Pedidos Iniciais de Seguro-Desemprego. Entrevista da presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, à Bloomberg Television

Sexta-feira: Zona do Euro (Produção Industrial); EUA (Sentimento do Consumidor - Universidade de Michigan dos EUA)

Destaques da Bloomberg Línea

O novo investimento da família Safra para ultra-ricos em Nova York

O SoftBank de Masayoshi Son tem novo desafio mesmo com a alta de ações tech

Eletrobras: Wilson Ferreira volta como CEO e bancos apontam ganho potencial

Por que o Bradesco está preocupado com o fenômeno ‘Pejotinha’?

E mais na versão e-mail do Breakfast:

• Também é importante: • Por que o compartilhamento de jatos se tornou a nova aposta do setor aéreo • Seca na Índia pressiona preço global do arroz e expõe novos desafios a BCs • Da Bolívia ao Brasil: esta companhia aérea quer evitar os erros da Itapemirim • Quer deixar a Rússia? Putin proíbe saída de petrolíferas e bancos estrangeiros

• Opinião Bloomberg: Novo plano da Warner em streaming parece ignorar que era de ouro da TV passou

• Pra não ficar de fora: Neymar, Rodrygo ou Vini Jr.? Os craques mais valiosos da América do Sul na Europa

⇒ Essa foi uma amostra do Breakfast, que na versão completa inclui muitas outras notícias de destaque do Brasil e do mundo.

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Edição: Michelly Teixeira | News Editor, Europe