Ata do Copom, IPCA e os principais eventos do mercado na semana que começa

Agenda terá ainda os resultados de Itaú, BTG Pactual e Banco do Brasil e almoço de Jair Bolsonaro na Febraban, além de nova pesquisa FSB/BTG

Roberto Campos Neto
Por Josue Leonel
07 de Agosto, 2022 | 10:43 AM

Bloomberg — A divulgação da Ata do Copom e do IPCA de julho mobilizam o mercado de juros na próxima terça-feira pela manhã (9), no contexto de expectativa pelo fim do ciclo de aperto monetário. A taxa foi elevada de 13,25% para 13,75% ao ano na quarta-feira (3) da semana passada.

A semana que começa terá também o CPI (Índice de Preços ao Consumidor) nos Estados Unidos em julho e a divulgação dos balanços do segundo trimestre do Itaú Unibanco (ITUB4), do BTG Pactual (BPAC11) e do Banco do Brasil (BBAS3) como eventos que também devem fazer preço no mercado.

Veja abaixo 5 destaques da semana:

1. Ata do Copom e IPCA de julho

O mercado estará de olho na divulgação da ata, na manhã de terça-feira, a eventuais detalhes da sinalização do Copom de que o ciclo de aperto monetário está perto do fim. Juros futuros despencaram na semana passada com a sinalização do Banco Central de que avaliará a necessidade de um aumento “residual” de menor magnitude na próxima reunião.

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A precificação para setembro indica alta de 14 pontos base e sugere um mercado dividido entre apostas em alta de 0,25 ponto percentual e estabilidade. A curva também começa a precificar chances de o corte de juros começar mais cedo em 2023.

O IPCA de julho sai no mesmo dia da ata e deve mostrar deflação, segundo projeções de analistas, em linha com o IGP-DI também negativo divulgado na última sexta-feira (5). A agenda da próxima semana ainda inclui a primeira pesquisa Focus pós-Copom e dados de varejo e serviços do IBGE em junho.

2. CPI nos EUA

A divulgação da inflação ao consumidor dos Estados Unidos no mês passado também ganha destaque na agenda depois dos dados do payroll (de emprego) de julho acima do previsto, que ressuscitou apostas em uma alta de 0,75 ponto percentual na próxima reunião do Fed.

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O CPI de julho sai na quarta-feira e economistas esperam uma aguda desaceleração para 0,2%, contra 1,3% em junho. O PPI (inflação ao produtor) também está no radar, assim como discursos de presidentes regionais do Fed. A China deve divulgar nos próximos dias dados de balança comercial e inflação.

3. Bolsonaro na Febraban

O presidente Jair Bolsonaro vai almoçar na Febraban (Federação Brasileira de Bancos) na segunda-feira (8), segundo o colunista Lauro Jardim, do Globo. O objetivo do encontro, negociado pela ala política do Planalto, seria tentar melhorar as relações de banqueiros e grandes empresários com o presidente, depois da assinatura de uma carta por lideranças do setor privado em defesa da democracia.

Bolsonaro cancelou visita à Fiesp, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, que ocorreria na quinta (11), mesma data em que estão sendo programados atos em prol da democracia, segundo os jornais. Os representantes da indústria paulista devem debater com Lula na terça-feira (9).

4. Novas pesquisas e Auxílio Brasil

Uma nova pesquisa eleitoral do Instituto FSB, contratada pelo BTG Pactual, deve ser divulgada na segunda-feira (8). As últimas sondagens mostraram resultados sem consenso. Embora alguns institutos tenham apontado discreta melhora de Bolsonaro, em geral os números apontam que o ex-presidente Lula segue com larga vantagem. O programa Auxílio Brasil, que é visto como um trunfo eleitoral de Bolsonaro, começa a ser pago com o valor mais robusto de R$ 600 a partir de terça-feira.

5. Balanços de bancos

O mercado brasileiro caminha para a semana mais intensa em resultados do segundo trimestre, o que inclui quase 50 balanços em um único dia. Entre os destaques estão os bancos: Itaú Unibanco já na segunda, BTG Pactual na terça e Banco do Brasil na quarta.

O Bradesco (BBDC4) divulgou na semana que passou um lucro acima do previsto, mas sinalizou que deve desacelerar o crescimento diante do aumento da inadimplência. A semana ainda terá dados de JBS (JBSS3), Americanas (AMER3), Magazine Luiza (MGLU3) e Eletrobras (ELET3, ELET6), entre outras.

A estatal de capital misto que é líder no setor elétrico acaba de renovar o seu conselho de administração e de eleger Wilson Ferreira Júnior como CEO, uma vez privatizada pelo governo.

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