Ameaça de recessão na Alemanha paralisa economia da zona do euro

Produto Interno Bruto da região subiu 0,3% depois de uma forte contração na produção alemã por restrições à covid-19

Un restaurante vacío en Alemania
Por Carolynn Look
31 de Janeiro, 2022 | 08:45 AM

Bloomberg — A economia da zona do euro cresceu modestamente no quarto trimestre em meio a outra onda de crescentes infecções por covid-19 e restrições à atividade.

O Produto Interno Bruto da zona do euro subiu 0,3%, um pouco menos do que o previsto, depois que uma forte contração na produção deixou a Alemanha à beira da recessão. Enquanto isso, um aumento no investimento contribuiu para um crescimento mais forte do que o esperado na França e na Espanha. A Itália registrou uma expansão de 0,6% nesta segunda-feira (31).

A economia da região está enfrentando melhor a paralisação das atividades do que no início da pandemia, à medida que as empresas encontram maneiras de lidar com as restrições e mais pessoas são vacinadas. Ainda assim, segue atrasada na recuperação em relação aos EUA e ao Reino Unido. As restrições à covid-19 estão agora prejudicando todas as partes da economia.

A atividade econômica da zona do euro acumulou alta de 5,2% em 2021. A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, disse em dezembro que espera que a economia atinja os níveis pré-crise no trimestre atual.

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Autoridades do BCE se reunirão esta semana e devem afirmar um plano para interromper as compras de ativos de emergência em março. A inflação subiu para um recorde de 5% em dezembro, aumentando a pressão sobre a instituição para começar a retirar gradualmente o apoio à pandemia.

PIB da zona do euro

Os aumentos de preços são uma grande preocupação para a economia da zona do euro, de acordo com uma pesquisa da Bloomberg. Na semana passada, o Fundo Monetário Internacional também alertou que a inflação na região persistirá por mais tempo e cortou a projeção de crescimento para o próximo ano.

Em um sinal de que as perspectivas podem melhorar, os índices dos gerentes de compras de janeiro mostraram que os emaranhados da cadeia de suprimentos estão começando a diminuir. O ritmo da melhoria dependerá em grande parte da situação da saúde em outras partes do mundo, pois os controles rígidos da covid-19 na China e em grande parte do resto da Ásia ainda podem atrapalhar o progresso.

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--Com colaboração de Harumi Ichikura e Kristian Siedenburg

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