Bolsa de Tóquio desaba e futuros de NY caem com correção nos mercados

Índice Topix, do Japão, caiu 1,9% no início dos negócios desta sexta, junto com demais mercados asiáticos

Mercados
Por Sunil Jagtiani
20 de Janeiro, 2022 | 10:21 PM

Bloomberg — Os futuros de ações dos EUA caíram e as ações asiáticas tiveram forte baixa na manhã desta sexta-feira após uma reversão no final do dia em Wall Street ter levado o Nasdaq 100 (NDX), referência de empresas de tecnologia, para o território de correção.

Os contratos de S&P 500 (SPX) e Nasdaq 100 recuaram, com esse último tendo um desempenho abaixo do esperado. O indicador de tecnologia apagou uma alta de quase 2% na quinta-feira antes de terminar no vermelho, enquanto o S&P 500 também cedeu os ganhos e está mais de 5% abaixo de seu pico de janeiro.

O índice Topix do Japão caiu, trazendo as perdas em relação ao pico de setembro para mais de 10%. Austrália e Coreia do Sul também negociam ações no vermelho.

Os temores ocorrem enquanto os investidores lidam com a perspectiva de uma política monetária mais rígida do Federal Reserve para conter a alta da inflação. Divulgações de resultados pessimistas do setor corporativo dos EUA contaminam as perspectivas. As ações da Netflix Inc. (NFLX) despencaram nas negociações após o expediente devido a um guidance decepcionante sobre assinantes. As ações da Peloton Interactive Inc. (PTON), que já foi queridinha dos investidores, tiveram forte baixa com um relatório de suspensão temporária de produção.

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Enquanto isso, um relatório de que Washington está permitindo que alguns estados bálticos enviem armas fabricadas nos EUA para a Ucrânia despertou preocupações sobre um impasse com a Rússia. Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA caíram e o indicador de câmbio do dólar flutuou. O petróleo caiu em meio a um aumento surpreendente nos estoques dos EUA

Os nervos dos investidores continuam sendo testados à medida que o estímulo da era da pandemia, que sustentou os ativos de risco, recua. Os mercados enfrentam um golpe duplo de aumentos nas taxas do Fed e a possível redução de seu balanço de US$ 8,8 trilhões para combater as pressões nos preços.

“Muitas pessoas estão falando sobre inflação e esse tipo de coisa, mas seus portfólios realmente não refletem isso”, disse Richard Bernstein, diretor de investimentos da Richard Bernstein Advisors LLC, à Bloomberg Television. “Essa é a indecisão, a incerteza que você está vendo agora.”

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Na China, a pressão regulatória contra as empresas de tecnologia está novamente em foco. A nação prometeu reduzir sua influência sobre os governos. Ainda assim, um indicador de ações chinesas negociadas nos EUA avançou, em meio a apostas de que a flexibilização da política monetária ajudará as ações do país.

Nos indicadores mais recentes dos EUA, os pedidos de auxílio-desemprego nos EUA subiram na semana passada para o maior patamar em três meses, sugerindo que a variante ômicron pode estar tendo um impacto maior no mercado de trabalho.

Alguns dos principais movimentos nos mercados:

Ações

  • Os futuros de S&P 500 (ESH2) recuavam 0,7% pouco depois das 10h20 em Tóquio (22h20 em Brasília). Na quinta, o S&P 500 (SPX) caiu 1,1%;
  • Os futuros do Nasdaq 100 (NQH2) tinham baixa de 1,2%. Na quinta, o Nasdaq 100 (SDX) caiu 1,3%;
  • O índice Topix (TOPIX), de Tóquio, caia 1,9%;
  • O S&P/ASX 200 da Austrália (AS51) tinha baixa de 1,7%;
  • Índice Kospi (KOSPI), de Seul, recuava 1,3%;

Moedas

  • O Bloomberg Dollar Spot Index (DXY) recuava 0,1%;
  • O euro (EUR) estava em US$ 1,1316;
  • O iene japonês (JPY) estava em 113,89 por dólar;
  • O yuan offshore (CNH) estava em 6,3486 por dólar;

Renda fixa

  • O rendimento dos títulos do Tesouro de 10 anos (GT10) recuava dois pontos-base para 1,78%;
  • O rendimento dos títulos da Austrália de 10 anos caiam sete pontoa-base para 1,93%;

Commodities

  • O petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI) caia 2,2%, para US$ 83,61 o barril;
  • O ouro (XAU) estava sendo negociado a US$ 1.838,54 a onça.

(atualizado às 22h25 com cotações mais recentes)

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