Não há risco iminente à realização do Lollapalooza em março, diz T4F

Produtora de festival de música espera manifestação da Prefeitura de São Paulo sobre protocolo

Festival Lollapalooza, cuja edição de 2020 foi cancelada devido à declaração de pandemia da Covid-19 pela OMS, espera ser realizado em março deste ano, após sucessivos adiamentos
12 de Janeiro, 2022 | 06:31 PM

São Paulo — A Time For Fun (SHOW3), produtora do Lollapalooza no Brasil, disse nesta quarta-feira (12) que não há risco iminente à realização do Lollapalooza nos dias 25, 26 e 27 de março, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, mas ainda aguarda uma manifestação da Prefeitura de São Paulo sobre o protocolo que o festival de música terá de cumprir. Hoje, o governo paulista recomendou a redução de 30% na capacidade de público de eventos realizados no estado devido ao avanço dos casos de ômicron e influenza.

Em resposta ao pedido de comentários da Bloomberg Línea sobre a recomendação do governo, a T4F disse esperar que São Paulo atinja o pico de casos em meados de janeiro, com consequente queda acentuada na curva de contágio nas semanas seguintes. Essa expectativa se deve, segundo a companhia, ao exemplo sul-africano. “Analisando a curva de contágio desta variante na África do Sul, em que o pico foi atingido em cerca de um mês após a constatação dos primeiros casos, observamos na sequência uma significativa desaceleração no número de casos”, comentou a companhia por meio de sua diretoria de relações com investidores.

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Na última quinta-feira (6), as ações da T4F chegaram a desabar mais de 7% com temores de que o surto de ômicron resultasse em restrições à realização de grandes eventos. Por exemplo, a banda Strokes, que tem apresentação prevista para a próxima edição do Lollapalooza Brasil, cancelou um show que faria no dia 31 de dezembro em Nova York, citando as preocupações com a variante. Ontem, no entanto, a plataforma norte-americana SeatGeek, responsável pela venda de ingressos, informou que a apresentação do grupo de rock foi remarcada para o próximo dia 6 de abril no Barclays Center, no Brooklyn, em Nova York.

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“Aguardaremos a manifestação da Prefeitura de São Paulo, porém, entendemos que não há risco iminente à realização do Lollapalooza nos dias 25, 26 e 27 de março, dado que estas recomendações deverão ser seguidas pelas prefeituras de acordo com a realidade local. Continuamos tendo como prioridade máxima a segurança dos fãs, artistas, parceiros e staff e por isso contamos com um time especializado e focado no assunto para nos apoiar na elaboração dos protocolos e orientações necessários que serão comunicados a todos em data mais próxima à realização do evento”, disse a T4F sobre a confirmação do Lollapalooza em Interlagos.

A companhia afirmou ainda que acompanha constantemente as recomendações, em todas as esferas, no que tange à realização de eventos. “Neste sentido, na data de hoje o Governo de São Paulo emitiu recomendações às prefeituras, que, de forma resumida, consistem em: 1 – Uso obrigatório de máscaras; 2 – Disponibilização de álcool em gel; 3 – Apresentação de comprovante vacinal completo; 4 – Redução de 30% da capacidade de público em eventos esportivos, musicais, festas e atividades que geram aglomeração. Ou de acordo com a realidade local”, pontuou a T4F.

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A companhia acrescentou que os pontos 1 a 3 já são atualmente observados nos eventos realizados, ou dentro das casas que opera, e “assim continuarão, de acordo com a recomendação do governo estadual”. Quanto ao ponto 4, sobre a recomendada redução de 30% da capacidade de público, a T4F diz que recebeu com naturalidade, frente à emergência de frear a curva de contaminação trazida pela variante ômicron.

Com o risco afastado de um cancelamento pelo terceiro ano consecutivo da edição do festival, as ações da T4F fecharam em alta de 4%, a R$ 2,86, após uma cotação máxima do dia de R$ 2,94 (+6,91%).

Sérgio Ripardo

Jornalista brasileiro com mais de 25 anos de experiência, com passagem por sites de alcance nacional como Folha e R7, cobrindo indicadores econômicos, mercado financeiro e companhias abertas.