Mercados operam voláteis com todos os olhos dirigidos à política do Fed

Rumo é incerto e de vaivém nas bolsas europeias e nos negócios com futuros de índices em NY, já que os investidores aguardam veredicto do Fed sobre política monetária dos EUA

As variáveis que orientarão os mercados internacionais
15 de Dezembro, 2021 | 08:19 AM

Barcelona, Espanha — O banco central norte-americano é a chave do dia no mercado financeiro. Hoje, o Federal Reserve (Fed) dará seu veredicto sobre como dará continuidade ao seu programa compras de ativos, instaurado para estimular a economia na era da pandemia.

A expectativa é de que o Fed deixe de prover liquidez ao mercado a um passo mais acelerado, o que poderia abrir caminho a uma alta dos juros.

Somada à espera pela decisão do Fed, outros importantes bancos centrais se reúnem esta semana - Banco Central Europeu (BCE), Banco do Japão (BoJ) e Banco da Inglaterra (BoE), que juntos são responsáveis pela política monetária de quase metade da economia mundial, engordam a lista. Serão oito bancos centrais do G20 com uma difícil missão: encontrar a fórmula para domar o galope dos preços sem prejudicar o andamento da atividade econômica.

A volatilidade impera no mercado acionário. Instantes atrás, as bolsas europeias operavam com diferentes direções. O Stoxx 600 subia, mas o temor com relação aos contágios pela ômicron continua pressionando o londrino FTSE. Em Wall Street, os futuros de índices abriram em alta e agora cambaleiam entre altas e baixas.

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Uma instantânea de um dia de volatilidade nos mercados, por conta de decisão do Feddfd

Remédio amargo

As medidas a serem anunciadas pelo Fed seriam parte do tratamento para a escalada inflacionária, que nos EUA alcançou 6,8% em novembro, no seu maior nível desde 1982. Mas com um gosto amargo para a economia, cuja recuperação agora é ameaçada pela variante ômicron do coronavírus.

Ontem, a divulgação do índice de preços ao produtor dos EUA (PPI, na sigla em inglês), lançou mais lenha à fogueira de preocupações com a inflação. O índice subiu 9,6% em relação ao ano anterior, contra estimativas de 9,2% dos analistas.

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Enquanto isso, as novas projeções do BCE mostram inflação abaixo da meta de 2% tanto em 2023 quanto em 2024, de acordo com funcionários familiarizados com o assunto, dando munições à Presidente Christine Lagarde para argumentar contra um rápido aumento nas taxas de juros.

O petróleo cedia pelo um terceiro dia, repercutindo a incerteza em torno do impacto das restrições à mobilidade para combater a propagação da ômicron. Também afetaram os negócios as perspectivas para a demanda na China, que diminuíram, e o comentário da Agência Internacional de Energia de que o mercado global voltava a ser superavitário.

Na agenda

  • Decisão da taxa do Fed, hoje
  • Estoques de negócios dos EUA, vendas no varejo, manufatura, hoje
  • China divulga produção industrial de novembro, dados de vendas no varejo, hoje
  • Decisão sobre a taxa do BOE, amanhã (16)
  • Decisão sobre a taxa do BCE, amanhã (16)
  • Pedidos de seguro-desemprego iniciais, produção industrial dos EUA, amanhã (16)
  • Decisão de política monetária do BOJ, sexta-feira (17)
  • Rebalanceamento trimestral dos índices S&P e Dow Jones entre em vigor após o fechamento dos mercados, sexta-feira (17)
  • Dia do “quadruple witching” no mercado dos EUA, quando as opções e futuros sobre índices e ações expiram, sexta-feira (17)

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-- Com informações de Bloomberg News

Michelly Teixeira

Jornalista com mais de 20 anos como editora e repórter. Em seus 13 anos de Espanha, trabalhou na Radio Nacional de España/RNE e colaborou com a agência REDD Intelligence. No Brasil, passou pelas redações do Valor, Agência Estado e Gazeta Mercantil. Tem um MBA em Finanças, é pós-graduada em Marketing e fez um mestrado em Digital Business na ESADE.