Mercados apagam alta com vencimento de opções e lockdowns na Europa

Tanto as bolsas europeias como os futuros de ações em Wall Street, com exceção do Nasdaq, inverteram o rumo positivo da abertura

As variáveis que orientarão os mercados internacionais
19 de Novembro, 2021 | 08:42 AM

Barcelona, Espanha — A fortaleza do mercado de ações norte-americano parecia inabalável. Nem mesmo os claros sinais de que a escalada dos preços pode incitar uma política monetária mais austera, tornando os títulos de renda fixa mais atrativos, estava afetando o otimismo dos investidores. Porém, hoje vencem opções de ações, o segundo maior vencimento na história recente, e isso promete adicionar volatilidade às operações.

Considerando a proximidade do fim de semana e que não há nenhum catalisador relevante de caráter macroeconômico, o mais lógico seria que as bolsas descansassem. Em Nova York, depois de uma abertura positiva, a maioria dos contratos futuros de ações decidiu inclinar-se ao campo negativo. Na Europa, as bolsas também abriram positivas e agora recuam. A retomada das restrições no continente para controlar o contágio pela Covid-19 coloca uma ameaça à recuperação econômica. A Alemanha está pressionando os cidadãos para que tomem vacinas do Covid-19, anunciando planos para restringir muitas atividades de lazer para os não vacinados em quase todo o país.

Ainda assim, levando em conta a resiliência dos mercados nas últimas semanas, há espaço para os investidores anteciparem as boas notícias esperadas para a semana que vem, como a confiança do consumidor norte-americano, o índice IFO de clima do comércio e as cifras da Black Friday.

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Hoje o dia promete ser volátildfd

Do outro lado do mundo

Na Ásia, destaque para as notícias de que o grupo Alibaba reduziu suas perspectivas de receitas - em meio ao acirramento da competição, redução dos gastos do consumidor e restrições regulatórias -, o que contribuiu para a queda das ações de ações de tecnologia e levou o índice Hang Seng a amargar perdas de 1,07%. As ações do Alibaba chegaram a cair quase 11%.

Em sentido contrário, subiram os índices Shangai (+1,13%) e Nikkei 225 (+0,50%). No caso deste último, foi ajudado pela expectativa de que o novo primeiro-ministro Fumio Kishida divulgará um pacote de estímulos maior que o esperado para estimular a economia japonesa, de até 79 trilhões de ienes (US$ 690 bilhões).

No radar

No Brasil:

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  • Receita Tributária Federal (14h30)

No exterior:

  • Preços industriais (IPP) da Alemanha em outubro
  • Vendas do varejo no Reino Unido
  • Pronunciamentos de membros de bancos centrais, entre eles: Christine Lagarde (BCE), Jens Weidmann (Bundesbank), Richard Clarida (Fed), Huw Pill (BoE).

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-- Com informações de Bloomberg News

Michelly Teixeira

Jornalista com mais de 20 anos como editora e repórter. Em seus 13 anos de Espanha, trabalhou na Radio Nacional de España/RNE e colaborou com a agência REDD Intelligence. No Brasil, passou pelas redações do Valor, Agência Estado e Gazeta Mercantil. Tem um MBA em Finanças, é pós-graduada em Marketing e fez um mestrado em Digital Business na ESADE.