A carne brasileira sob ataque

Também no Breakfast: Confiança do mercado parece inabalável, mas vencimento de opções traz volatilidade hoje; Novos casos de Covid acendem alerta para festas de fim de ano dos norte-americanos e Alemanha restringe atividades para não vacinados

Tempo de leitura: 3 minutos

Bom dia! Hoje é 19 de novembro de 2021 e este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias do dia

Tom Vilsack, secretário de Agricultura dos Estados Unidos, recebeu pedido de grupo de produtores para suspender importações de carne do Brasildfd

Depois de os frigoríficos brasileiros ficarem impedidos de exportar carne bovina para a China, até então maior destino dos embarques nacionais, as indústrias correm o risco perder acesso a mais um importante mercadoO governo dos Estados Unidos, que se tornou o segundo maior mercado para a carne brasileira após o embargo chinês, está sendo pressionado por produtores locais para suspender as importações do Brasil.

A National Cattlemen’s Beef Association (NCBA), uma das mais importantes associações de produtores dos Estados Unidos, enviou um pedido formal ao secretário de agricultura americano, Tom Vilsack, para que as importações de carne bovina do Brasil sejam imediatamente suspensas. Em uma dura carta ao Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a entidade pede que as restrições sejam impostas até que seja realizada uma completa análise de risco e revisado o processo que o Ministério da Agricultura brasileiro adota para detectar doenças e outras ameaças aos consumidores.

Por que isso é importante?

Uma restrição da carne brasileira ao mercado americano seria mais um duro golpe após a suspensão das vendas para a China. Isso porque, em outubro, os Estados Unidos importaram 8,84 mil toneladas de carne brasileira, volume duas vezes maior que o adquirido no mesmo período do ano passado. Desde janeiro deste ano, os embarques para o mercado americano seguem uma trajetória ascendente mês a mês, de tal forma que os Estados Unidos se tornaram o segundo maior destino do produto nacional após as restrições chinesas.

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Hong Kong e Estados Unidos são os principais mercadosdfd

Na trilha dos Mercados

A fortaleza do mercado de ações norte-americano parece inabalável. Nem mesmo os claros sinais de que a escalada dos preços pode incitar uma política monetária mais austera, tornando os títulos de renda fixa mais atrativos, parece tirar o otimismo dos investidores.

Porém, hoje é dia de vencimento de opções de ações e isso promete adicionar volatilidade às operações. Considerando a proximidade do fim de semana e que não há nenhum catalisador relevante de caráter macroeconômico, o mais lógico seria que as bolsas descansassem. Mas em Nova York a maioria dos contratos futuros apontam para uma alta. Na Europa, as bolsas abriram positivas e agora oscilam de um campo a outro, com variações muito discretas.

O mercado parece já querer antecipar as boas notícias esperadas para a semana que vem, como a confiança do consumidor norte-americano, o índice IFO de clima do comércio e as cifras da Black Friday.

Hoje o dia promete ser volátildfd

Do outro lado do mundo

Na Ásia, destaque para as notícias de que o grupo Alibaba reduziu suas perspectivas de receitas - em meio ao acirramento da competição, redução dos gastos do consumidor e restrições regulatórias -, o que contribuiu para a queda das ações de ações de tecnologia e levou o índice Hang Seng a amargar perdas de 1,07%. As ações do Alibaba chegaram a cair quase 11%.

Em sentido contrário, subiram os índices Shangai (+1,13%) e Nikkei 225 (+0,50%). No caso deste último, foi ajudado pela expectativa de que o novo primeiro-ministro Fumio Kishida divulgará um pacote de estímulos maior que o esperado para estimular a economia japonesa, de até 79 trilhões de ienes (US$ 690 bilhões).

Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados

No radar

No Brasil:

  • Receita Tributária Federal (14h30)

No exterior:

  • Preços industriais (IPP) da Alemanha em outubro
  • Vendas do varejo no Reino Unido
  • Pronunciamentos de membros de bancos centrais, entre eles: Christine Lagarde (BCE), Jens Weidmann (Bundesbank), Richard Clarida (Fed), Huw Pill (BoE).

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