Biden planeja conferência sobre vacinas em Assembleia da ONU

Reunião aconteceria em meio à pressão sobre nações ricas para ajudar a acelerar a imunização de países em desenvolvimento

EUA prometeram doar mais de 600 milhões de doses globalmente até o fim de junho de 2022, e enviaram 140 milhões até agora
Por Joshua Wingrove e David Wainer
09 de Setembro, 2021 | 08:32 AM

Bloomberg — O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, planeja convocar uma reunião sobre a oferta global de vacinas a ser realizada na Assembleia Geral das Nações Unidas no fim deste mês, em meio à pressão sobre nações ricas para ajudar a acelerar a imunização de países em desenvolvimento, segundo pessoas a par do assunto.

Biden pretende liderar uma sessão durante as reuniões da ONU, mas o escopo e participantes ainda não foram definidos. Embora os EUA tenham consultado outros países para participar da sessão, ainda não finalizaram os planos, disseram as pessoas.

Os EUA prometeram doar mais de 600 milhões de doses globalmente até o fim de junho de 2022, e enviaram 140 milhões até agora, mas, para algumas organizações, esse volume não é suficiente. Bilhões de doses são necessárias para imunizar o mundo e controlar tanto a propagação do coronavírus quanto o desenvolvimento de variantes mais perigosas.

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O governo Biden ainda está planejando a programação para as reuniões da ONU, disse uma autoridade sob a condição de anonimato. Os EUA estão interessados em eventos relacionados à saúde pública e à pandemia e esperam oportunidades para que Biden converse com outros líderes sobre o assunto, acrescentou a autoridade.

A Casa Branca não quis comentar se Biden irá propor uma reunião sobre vacinas. A notícia foi divulgada anteriormente pelo Washington Post.

Em junho, o G7 anunciou uma iniciativa para doar 1 bilhão de novas doses, embora no final tenha prometido apenas 613 milhões, incluindo 500 milhões dos EUA.

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A Covax, o programa global de compartilhamento de vacinas, reduziu a previsão de fornecimento esta semana. A iniciativa receberá 1,4 bilhão de doses até o fim do ano, em vez dos 1,9 bilhão que esperava até junho.

Lawrence Gostin, professor de direito da Universidade Georgetown e diretor do Centro de Colaboração para a Lei de Saúde Pública e Direitos Humanos da Organização Mundial da Saúde, pediu que nações ricas se comprometam a doar até 10 bilhões de doses em seis meses. Também pediu que Biden tome mais medidas para transferir tecnologia e licenças de vacinas para países em desenvolvimento de modo que possam produzir localmente, embora esse processo seja demorado.

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“Se vamos ter este momento, este momento único em um século, temos que fazer o que nunca sonhamos antes”, disse Gostin. Ele recomendou que Biden se concentre na produção de vacinas de RNA mensageiro, devido à facilidade de aumentar a produção, e minimizou a promessa do G7. “Fiquei totalmente desapontado com o anúncio do G7; não fez a menor diferença”, acrescentando que as desigualdades persistem.

Países ricos começaram a aplicar doses reforço que devem reduzir ainda mais a oferta de vacinas. Na quarta-feira, Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, pediu uma moratória de doses de reforço até pelo menos o fim do ano, acrescentando que fabricantes que priorizam acordos com nações mais ricas deixam países de baixa renda “privados de ferramentas para proteger a população”.

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