Ações na Europa e futuros nos EUA recuam ante cautela com decisão do BCE

Mercado aguarda posicionamento do banco central europeu sobre programa de recompra de títulos

Operadores estarão atentos à decisão do Banco Central Europeu (BCE) sobre política monetária
09 de Setembro, 2021 | 07:29 AM

Barcelona — A atenção dos mercados europeu e americano deve continuar concentrada em um mesmo ponto: o receio de que a recuperação econômica ande a um passo mais lento, situação que pode ser agravada pelos menores estímulos monetários dos bancos centrais mundiais. Pouco depois das 11h em Londres (7h em Brasília), os mercados de ações europeu registravam queda generalizada, enquanto os futuros em Wall Street seguiam pelo mesmo caminho.

Hoje, o Banco Central Europeu (BCE) decide se o crescimento econômico será suficiente para justificar uma redução nos estímulos monetários. Se o BCE optar por reduzir a compra de bônus no mercado, poderá se adiantar à sinalização já dada pelo Federal Reserve, de reduzir gradualmente os estímulos monetários. As incertezas em torno da recuperação econômica do continente reavivam a cautela entre os operadores.

O avanço das infecções pela variante do vírus afeta reabertura das empresas, respingando nas cadeias de abastecimento globais e exercendo impacto sobre os preços. As ações no continente amargam perdas pelo terceiro dia consecutivo. Também afetam os negócios a perda de 10% das ações EasyJet Plc, reagindo à recusa da empresa a uma abordagem de aquisição não-solicitada.

  • o Stoxx 600 Europe Index baixava 0,40% às 11h22 de Londres (7h22 em Brasília), para 466 pontos
  • o alemão DAX recuava 0,21%, para 15.576 pontos
  • em Paris, o CAC 40 perdia 0,27%, situando-se nos 6.650 pontos
  • o FTSE 100 recuava 1,17%, para 7.012 pontos
  • o IBEX 35 declinava 0,92%, para 8.757 pontos

Em Wall Street, além da atenção às próximas investidas do Fed, o mercado também aguarda com muita expectativa o posicionamento do Banco Central Europeu. No mercado futuro norte-americano, os contratos de índice para dezembro também mostravam desempenho negativo.

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  • o S&P 500 futuro caía 0,26% às 7h22 de Brasília, para os 4.500 pontos, depois de o índice referência registrar a maior série de perdas desde julho
  • os contratos indexados ao índice Dow Jones cediam 0,25%, somando 34.925 pontos
  • os contratos futuros indexados ao índice Nasdaq recuavam 0,22%, para 15.585 pontos

Ontem, o S&P 500 recuou pelo terceiro, com baixa de 0,13%, para 4.514 pontos. O Nasdaq 100 apresentou sua maior perda em duas semanas, com baixa de 0,57% (15.286 pontos) enquanto o Dow Jones Industrial caiu 0,20%, para 35.031 pontos. A pesquisa do Livro Bege, divulgada pelo Federal Reserve, mostrou que a atividade econômica dos Estados Unidos desacelerou nos últimos meses à medida em que os consumidores reduziram seus gastos.

Na Ásia, o índice japonês Nikkei 225 interrompeu uma série de altas para fechar com perdas de 0,57%, aos 30.008 pontos. O índice Hang Seng, de Hong Kong, perdeu 2,30%, situando-se nos 25.716 pontos. Xangai foi na direção contrária, com 0.49% de alta, aos 3.693 pontos. A notícia de destaque entre os operadores de ações chineses foi a inflação dos setores produtivos, que registrou o maior incremento em 13 anos. Os preços de produção na China subiram 9.5% em agosto com relação ao ano anterior.

  • Outra notícia que deve repercutir nos negócios na Ásia foi que o primeiro ministro japonês Yoshihide Suga estendeu a emergência financeira destinada a amenizar os efeitos do Covid-19 na economia. As restrições serão prolongadas até 30 de setembro em 19 áreas, incluindo Tóquio e Osaka, que tinham sido programadas para terminar no domingo.

Confira o comportamento de outros mercados na manhã desta quinta-feira:

Petróleo

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  • os contratos futuros de petróleo oscilam entre os campos negativo e positivo enquanto os analistas avaliam a retomada da produção da commodity no Golfo do México, depois de o furação Ida provocar a suspensão de várias operações. Os futuros perdiam 0,2% em Nova York. Na análise também está o impacto do Covid-19 sobre a demanda e os riscos para a recuperação econômica global.

Moedas

  • o euro subia 0,14%, para US$ 1,1834
  • o iene avançava ligeiramente 0,33%, para US$ 109,91
  • o Bloomberg Dollar Spot Index retrocedia 0,1%

Ouro

  • o ouro à vista subia 0,3%, para US$ 1.179,87 a onça troy

-- Com informações da Bloomberg News

Michelly Teixeira

Jornalista com mais de 20 anos como editora e repórter. Em seus 13 anos de Espanha, trabalhou na Radio Nacional de España/RNE e colaborou com a agência REDD Intelligence. No Brasil, passou pelas redações do Valor, Agência Estado e Gazeta Mercantil. Tem um MBA em Finanças, é pós-graduada em Marketing e fez um mestrado em Digital Business na ESADE.