Crédito dá proteção em transição monetária nos EUA, diz JPMorgan

Conforme o banco, pesar da expectativa de maior volatilidade nos mercados de crédito, eles representam uma alternativa mais barata em relação a outras formas de hedge

Apostas no lado positivo do VIX são mais caras do que no lado negativo desde o início de 2018
Por Joanna Ossinger
24 de Agosto, 2021 | 03:57 PM

Bloomberg — Os investidores que desejam se proteger dos riscos decorrentes de possíveis mudanças na conduta do banco central dos EUA devem considerar os mercados de crédito em vez de ações, afirmou o JPMorgan Chase.

Apesar da expectativa de maior volatilidade nos mercados de crédito, estes representam uma alternativa mais barata em relação a outras formas de hedge, explicou o banco. Os spreads nos títulos de alto rendimento e alta qualidade vêm se ampliando nos EUA desde meados de julho.

O ambiente de maior volatilidade pode persistir até o final do mês, à medida que os investidores digerem o impacto global da variante delta da Covid-19 e qualquer possível mudança na retórica do Federal Reserve, escreveram estrategistas liderados por Marko Kolanovic em relatório distribuído na segunda-feira.

“O mercado provavelmente se sustentará ao longo do processo de retirada de estímulos pelo Fed, mas quem deseja se proteger do risco associado deve considerar o uso de crédito ou volatilidade de crédito, em vez de ações, por causa do espaço mais limitado de valorização do crédito e menor volatilidade implícita”, afirma o relatório.

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Os investidores estão atentos a sinais do Fed sobre o cronograma de redução dos estímulos. A conferência anual da instituição em Jackson Hole acontece no final da semana e logo haverá a reunião de política monetária de setembro. As autoridades tentam encontrar um equilíbrio entre o custo econômico da Covid-19 e a alta da inflação.

Paralelamente, fatores imprevisíveis como a Covid deixam investidores nervosos. Muitas operações de hedge estão relativamente caras mesmo com as bolsas dos EUA próximas dos recordes. O quadro levou estrategistas a olhar além de métricas típicas como o índice VIX, que mostra que os contratos de três meses apostando em valorização estão no nível mais caro desde o início de 2018 na comparação com os contratos que preveem queda.

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Por isso os especialistas se voltam para os mercados de crédito.

“Estamos otimistas quanto aos spreads, mas antecipamos instabilidade no curto prazo devido aos riscos da delta e ao encontro em Jackson Hole”, escreveram os funcionários do JPMorgan.

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