Argentina perde US$ 100 milhões por mês com restrições à exportação de carne

Estudo da Fundação Agropecuária para Desenvolvimento da Argentina (Fada) mostra que perdas levam em conta efeito que medida tem sobre os preços e que pressão inflacionária não cedeu, apenas ficou contida no curto prazo

Limitações impostas pelo governo argentino às exportações de carne bovina ainda não geraram resultados sobre a inflação, apenas conteve os preços no curto prazo
24 de Agosto, 2021 | 04:07 PM

São Paulo — A Argentina, um dos mais tradicionais exportadores de carne bovina do mundo, está perdendo cerca de US$ 100 milhões por mês devido às restrições impostas sobre as indústrias locais desde maio. Levantamento da Fundação Agropecuária para o Desenvolvimento da Argentina (Fada) mostra que as restrições impostas pelo governo estão atingindo não apenas as empresas exportadoras, mas toda a cadeia de produção, em especial o setor produtivo.

Os preços dos novilhos recuaram 16,4% entre a primeira semana de maio, antes das restrições, e a terceira semana de agosto. No caso das fêmeas, a queda foi de 15,8%, enquanto o preço médio caiu 15,2%.

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Mesmo com a criação de uma cota específica para atender o mercado judaico, que ajudou a reduzir a pressão dos preços internos, a Fada lembra que os argentinos já perderam 20% de seu poder de compra desde 2018, em uma economia onde a inflação já se aproxima dos 52% ao ano.

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“A política monetária e fiscal expansiva antes das eleições levantava preocupações de que as pressões inflacionárias não diminuiriam. Eles só estão contidos no curto prazo pelo congelamento das taxas e dos preços dos combustíveis e pelo crescente atraso da taxa de câmbio”, diz a fundação.

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Alexandre Inacio

Jornalista brasileiro, com mais de 20 anos de carreira, editor da Bloomberg Línea. Com passagens pela Gazeta Mercantil, Broadcast (Agência Estado) e Valor Econômico, também atuou como chefe de comunicação de multinacionais, órgãos públicos e como consultor de inteligência de mercado de commodities.