Elon Musk processa OpenAI e Sam Altman e os acusa de violar a missão da empresa

Bilionário da Tesla, um dos primeiros investidores na startup de IA, alega que o acordo de fundação de não priorizar o lucro em detrimento do benefício à humanidade não teria sido respeitado

OpenAI
Por Saritha Rai
01 de Março, 2024 | 08:39 AM

Bloomberg — Elon Musk entrou com uma ação judicial contra a OpenAI e o CEO e cofundador, Sam Altman, em que alega que eles violaram o acordo de fundação da startup de inteligência artificial ao priorizar o lucro em detrimento do benefício para a humanidade.

O bilionário de 52 anos, que contribuiu financeiramente para a OpenAI em seus primeiros dias, afirmou que a relação próxima da empresa com a Microsoft (MSFT) prejudicou sua missão original de criar tecnologia de código aberto que não estaria sujeita a prioridades corporativas.

Musk, que também é CEO da Tesla (TSLA), tem sido uma das pessoas mais vocais sobre os perigos da IA e da inteligência artificial generativa e de forma ampla.

“Até hoje, o site da OpenAI continua a afirmar que sua missão é garantir que AGI [Inteligência Artificial Geral] ‘beneficie toda a humanidade’. Na realidade, no entanto, a OpenAI se transformou em uma subsidiária fechada de fato da maior empresa de tecnologia do mundo: a Microsoft”, diz a ação judicial.

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No processo em São Francisco, Musk criticou a reestruturação da liderança da OpenAI no fim do ano passado, um período tumultuado em que Altman foi destituído do cargo de CEO e depois rapidamente reintegrado com o apoio da Microsoft.

Musk argumentou no processo que Altman, o presidente da OpenAI, Greg Brockman [outro cofundador], e a Microsoft trabalharam juntos para demitir a maioria do conselho da startup, que era responsável por aplicar sua missão original de desenvolver tecnologia em benefício da humanidade.

“O Sr. Altman escolheu a dedo um novo conselho que não possui habilidades técnicas semelhantes nem qualquer experiência substancial em ética e governança de IA, algo que o conselho anterior tinha de propósito”, diz o processo.

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“O novo conselho é composto por membros com mais experiência em empresas voltadas para o lucro ou política do que em ética e governança de IA. Segundo relatos, eles também são ‘grandes fãs de Altman’”.

O caso marca uma escalada em um dos conflitos mais destacados no campo emergente da IA, colocando dois de seus mais proeminentes defensores da tecnologia um contra o outro.

A ação judicial terá implicações não apenas para a OpenAI, que busca captar fundos com uma avaliação de US$ 100 bilhões ou mais, mas também para a Microsoft. Suas ações têm se valorizado no último ano à medida que as empresas buscam aproveitar o potencial dos serviços de IA.

“Com essa reestruturação, a OpenAI abandonou sua missão sem fins lucrativos de desenvolver AGI em benefício da humanidade em geral, mantendo-a fora das mãos de uma grande corporação com fins lucrativos na qual o poder seria indevidamente concentrado”, diz a ação judicial.

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