Boomberg — A Gerdau suspendeu investimentos no valor de R$ 2,1 bilhões planejados para o Brasil e decidiu dar mais atenção a sua atividade nos EUA. A decisão foi tomada por causa das fracas perspectivas do mercado e do aumento do preço do aço chinês, segundo a siderúrgica.
“O maior player no mercado brasileiro de aço é atualmente o aço chinês - subsidiado e injustamente competitivo”, disse o CEO Gustavo Werneck na quarta-feira (1º), durante o Investor Day da Gerdau, em São Paulo.
O Brasil atualmente investiga a necessidade de tarifas antidumping sobre as importações de mais de duas dúzias de tipos de produtos de aço da China.
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A Gerdau, que também tem operações no México e na América do Norte, vai se concentrar na expansão da usina de Midlothian, no Texas, sua maior planta nos EUA.
A empresa planeja adicionar 150 mil toneladas de capacidade anual a partir de 2026 e prevê que suas operações nos EUA se beneficiarão das tarifas de importação sobre o aço impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, bem como da alta demanda por energia renovável e do crescimento dos data centers.
No Brasil, as prioridades se voltam para a mineração - tanto para autoabastecimento quanto para vendas - e para o processamento de sucata.
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Os projetos em espera incluem uma nova linha de laminação e expansão florestal no estado de Minas Gerais.
É provável que as altas taxas de juros afetem o setor de construção civil, e as tarifas dos EUA podem prejudicar clientes como os do setor de autopeças.
A empresa agora prevê R$ 4,7 bilhões de reais em capex para 2026, abaixo dos R$ 6 bilhões previstos para este ano.
Segundo Werneck, a produção de seu próprio minério de ferro ajudará a reduzir custos e compensar a inundação de aço chinês de baixo preço que está prejudicando a indústria brasileira.
“Não podemos ficar de braços cruzados e esperar que nossa estratégia no Brasil se baseie na defesa comercial”, disse ele.
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