Biden promete retaliação após grupo ligado ao Irã matar três soldados dos EUA

Uma ofensiva de drones perto da fronteira com a Síria deixou outros 25 feridos, diz o governo americano, elevando ainda mais a tensão no Oriente Médio

Edifícios que sofreram ataque na Faixa de Gaza: conflito entre Israel e Hamas evidencia tensão maior no Oriente Médio (Foto: Kobi Wolf/Bloomberg)
Por Alicia Díaz
28 de Janeiro, 2024 | 04:56 PM

Bloomberg — Os Estados Unidos disseram neste domingo (28) que militantes apoiados pelo Irã mataram três militares e feriram outros 25 em um ataque de drones perto da fronteira com a Síria, as primeiras mortes de soldados norte-americanos sob ataque inimigo desde que Israel e Hamas entraram em guerra.

O presidente Joe Biden prometeu retaliação dos Estados Unidos, dizendo em um comunicado que “responsabilizaremos todos os autores no momento e da maneira que escolhermos”.

O ataque, que atingiu as forças norte-americanas estacionadas no nordeste da Jordânia, aumenta a tensão entre os Estados Unidos e o Irã, bem como a pressão sobre Biden para tomar medidas mais fortes contra um inimigo de longa data.

O ataque aumenta a tensão no Oriente Médio, o que vem afetando não só a estabilidade da região mas também o comércio global. Em meio ao conflito entre Israel e Hamas e ataques de rebeldes Houthi a navios comerciais no Mar Vermelho, o preço do frete marítimo dobrou desde o mês passado. A escalada dos confrontos pode elevar significativamente os preços do transporte de cargas.

PUBLICIDADE

Os riscos de um confronto direto aumentaram desde o ataque de militantes do Hamas, grupo classificado como terrorista pelos Estados Unidos e pela União Europeia e que conta com apoio do Irã, a Israel, em 7 de outubro, e a subsequente incursão militar de Israel na Faixa de Gaza.

“Embora ainda estejamos colhendo os fatos desse ataque, sabemos que foi executado por grupos militantes radicais apoiados pelo Irã que operam na Síria e no Iraque”, disse Biden no comunicado deste domingo. O Comando Central dos Estados Unidos disse que 25 militares norte-americanos ficaram feridos no que descreveu como um “ataque unilateral”.

Militantes Houthi apoiados pelo Irã têm atacado navios que transportam mercadorias pelo Mar Vermelho há semanas. Os Estados Unidos e o Reino Unido retribuíram os ataques, o que levou os Houthis a dizer na semana passada que as ações “não ocorreriam sem qualquer resposta ou punição”.

PUBLICIDADE

Embora a atenção tenha se concentrado nos ataques Houthi, os Estados Unidos também afirmaram que o seu contingente militar no Iraque e na Síria foi alvo de ataques dezenas de vezes desde outubro, alguns dos quais causando lesões cerebrais traumáticas a seus soldados.

Estima-se que dois membros da Marinha foram mortos na semana passada, depois de terem desaparecido durante uma apreensão de armas iranianas destinadas aos Houthis em 11 de janeiro.

Biden disse que a base foi atacada durante uma ofensiva aéreo não tripulado contra forças dos Estados Unidos estacionadas no nordeste da Jordânia, perto da fronteira com a Síria. Cerca de 3.500 soldados norte-americanos estão no local.

O presidente americano, que estava no estado da Carolina do Sul em campanha pela reeleição, foi informado na manhã de domingo sobre o ataque por assessores importantes, incluindo o secretário de Defesa, Lloyd Austin, e o conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, disse uma autoridade.

O senador Lindsey Graham, um republicano que tem apelado consistentemente por uma resposta mais dura dos Estados Unidos contra o Irã, disse que as tentativas da administração Biden de dissuadir os ataques ligados ao Irã “falharam”. “Atinjam o Irã agora”, disse ele em comunicado no domingo. “Acerte-os com força””, complementou.

Veja mais em bloomberg.com

Leia também

PUBLICIDADE

De montadoras a varejistas: conflito no Mar Vermelho ameaça lucros corporativos

Petróleo salta acima de US$ 80 após ofensiva dos EUA no Iêmen

Petróleo cai após cortes de preços pela Arábia Saudita para todas as regiões