BP quer comprar ativos de carregamento ‘supercharger’ da Tesla após recuo de Musk

Divisão da empresa de energia britânica planeja gastar US$ 1 bilhão para expandir sua rede nos EUA e vê movimento do bilionário de desacelerar os negócios como oportunidade

A divisão de carregamento de veículos elétricos da BP planeja gastar US$ 1 bilhão para expandir sua rede
09 de Maio, 2024 | 08:20 PM

Bloomberg — A empresa de carregamento de veículos elétricos da petrolífera britânica BP está interessada em adquirir locais das estações “supercharger” da Tesla nos Estados Unidos, juntamente com os trabalhadores dessa divisão, e comprometeu-se a investir US$ 1 bilhão para expandir sua rede.

A BP afirmou que “procura agressivamente adquirir imóveis para expandir nossa rede, o que é um foco mais intenso após o recente anúncio da Tesla.”

O investimento de US$ 1 bilhão ocorreria até 2030, sendo a metade desse valor nos próximos dois a três anos para instalar mais de 3.000 pontos de carregamento em todo o mercado americano.

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Uma parte-chave da estratégia é construir hubs em grande escala com 12 ou mais carregadores, que são chamados de Gigahubs.

“Se houver parceiros imobiliários que estejam à procura de alguém, eles devem se sentir à vontade para me ligar ou me procurar no LinkedIn”, disse Sujay Sharma, CEO da bp pulse Americas, em entrevista à Bloomberg News.

Elon Musk demitiu a maior parte da equipe da Tesla para os Superchargers no início deste mês, com um novo plano de expandir a rede de carregamento de veículos elétricos em um ritmo mais lento.

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Esse recuo ameaça o carregamento e a adoção de veículos elétricos na América do Norte, onde são necessários 400 mil carregadores ultra rápidos para atender a 40 milhões de veículos elétricos até 2030, de acordo com a BloombergNEF.

Atualmente, a Tesla representa 74% de todos os carregadores de alta velocidade na região.

A Tesla tem conseguido expandir sua rede de carregamento mais rápido e a um custo mais baixo por estação do que seus concorrentes, segundo estimativas, e o sistema tem consistentemente as maiores taxas de satisfação entre os motoristas de veículos elétricos.

Isso representa aos concorrentes um forte incentivo para contratar as cerca de 500 pessoas que a Tesla demitiu. “Estamos buscando ativamente talentos e oportunidades imobiliárias que nos permitam crescer, apesar do que está acontecendo ao nosso redor”, disse Sharma.

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No ano passado, a empresa assinou um contrato para adquirir hardware de supercharger da Tesla no valor equivalente a US$ 100 milhões. A implantação deverá começar ainda neste ano, segundo o CEO.

Outras empresas, incluindo a EVgo, veem a desaceleração da Tesla como um desenvolvimento positivo que ajudará a aumentar sua participação de mercado, de acordo com o diretor executivo Badar Khan.

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Isso significa “uma mudança bastante significativa na dinâmica competitiva no mercado de carregamento”, o que permite que concorrentes como a EVgo compensem “a lacuna” no crescimento deixada pela Tesla, disse na teleconferência de resultados da empresa na terça-feira (7).

A empresa também está ansiosa para contratar funcionários da Tesla e conduz negociações com aqueles que foram deixados para trás, acrescentou Khan.

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