Hyundai gastará mais com híbridos à medida que demanda por elétricos enfraquece

Entregas de veículos movidos a bateria vieram abaixo do esperado no 1º trimestre, enquanto vendas de híbridos subiram cerca de 17% em relação ao ano anterior

Empresas como Volkswagen, Mercedes-Benz e Tesla também estão relatando queda nas vendas neste início de ano
Por Heejin Kim - Gabrielle Coppola
25 de Abril, 2024 | 08:09 AM

Bloomberg — A Hyundai quer aumentar as vendas de veículos híbridos para compensar a desaceleração na demanda por veículos elétricos.

A fabricante de automóveis sul-coreana planeja gastar mais na fábrica que está construindo no estado americano da Geórgia para produzir híbridos no local, disse Seung Jo Lee, diretor financeiro da Hyundai, durante uma teleconferência com investidores após a divulgação dos resultados nesta quinta-feira (25).

A fábrica inicialmente deveria produzir apenas veículos com bateria para cumprir a Lei de Redução da Inflação do presidente Joe Biden, que oferece incentivos para a produção de veículos elétricos no país.

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A decisão de aumentar a produção de híbridos segue uma desaceleração geral na demanda por veículos elétricos, com a Volkswagen, Mercedes-Benz e a Tesla relatando queda nas vendas no início do ano.

A Europa, em particular, enfrentou fraquezas persistentes à medida que as fabricantes de automóveis lidam com taxas de juros mais altas, desaceleração do crescimento econômico e subsídios em queda para veículos elétricos.

A Hyundai informou que as entregas de veículos movidos a bateria representaram 4,5% do total de envios nos primeiros três meses deste ano, abaixo dos 6,5% do ano anterior. As vendas de híbridos, por sua vez, subiram cerca de 17% em relação ao ano anterior, totalizando quase 98.000 unidades.

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As ações caíram até 2,6% nas negociações em Seul antes de reduzir as perdas para 1%.

Auge dos híbridos

“Houve uma grande queda nas vendas de veículos elétricos, mas os híbridos – um produto de alta margem – contribuíram para a alta lucratividade”, disse Lee, destacando uma margem operacional de cerca de 9%.

No entanto, a empresa continuará gastando mais com incentivos para veículos elétricos do que a média do setor para manter a participação de mercado, acrescentou ele.

As vendas totais de automóveis no primeiro trimestre foram de 947.000, uma queda de 4% em relação ao ano anterior, de acordo com a apresentação dos resultados. Produtos de valor agregado, como utilitários esportivos e a marca de luxo Genesis, representaram 62,8% do total.

As vendas no varejo na América do Norte subiram 2%, enquanto as da Europa aumentaram 0,7%. A China registrou uma queda de 14%, enquanto a Índia teve um aumento de 3%.

A Hyundai relatou um lucro operacional de 3,56 trilhões de won (US$ 2,58 bilhões) no primeiro trimestre, superando as estimativas dos analistas, graças a um ganho de 251 bilhões de won com a desvalorização da moeda coreana.

A empresa também está revisando seu Programa de Valorização, que visa aumentar a valorização de suas ações e retornos aos acionistas. A Hyundai compartilhará detalhes do plano após a aprovação do conselho, segundo Lee.

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