Armor reforça visão negativa para ativos do Brasil e abre aposta contra o real

Gestora de Alfredo Menezes diz em carta mensal que posição foi reforçada pela decisão dividida da última reunião do Copom e cita preocupações com ‘intervenções’ do governo

Gestora optou por montar uma posição vendida em real contra dólar, ou seja, que se beneficia da queda da moeda brasileira
Por Fernando Travaglini
10 de Junho, 2024 | 01:33 PM

Bloomberg — A Armor Capital, de Alfredo Menezes, reforçou o que descreveu como “pessimismo” com o Brasil e disse que abriu uma aposta contra a moeda brasileira, em meio à piora na percepção de risco sobre os ativos locais.

“O mês descreveu nosso viés”, disse a Armor em sua carta mensal de gestão. “Estamos otimistas em relação à bolsa americana, impulsionados pelo desempenho robusto de empresas de inteligência artificial, enquanto mantemos uma visão pessimista do cenário brasileiro.”

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A visão negativa foi reforçada pela decisão dividida da última reunião do Copom, em que parte dos diretores votou por um corte maior da Selic, o que ampliou a cautela com a troca de comando do Banco Central prevista para o fim deste ano, com a saída de Roberto Campos Neto. A gestora também citou “preocupações com o intervencionismo do governo atual” para justificar a leitura.

“Esses fatores foram cruciais para a performance positiva observada no mês”, disse a gestora na carta. O fundo Armor Axe FIC teve ganho de 2,58% em maio, contra 0,83% do CDI.

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Posição contra o real

A Armor disse que, dado o aumento do prêmio de risco sobre os ativos locais e os consecutivos dados desfavoráveis de fluxo cambial, optou por montar uma posição vendida em real contra dólar - o que indica uma aposta que se beneficia com a desvalorização da moeda brasileira.

O dólar fechou os primeiros cinco meses do ano em alta e chegou ao patamar de R$ 5,38 na manhã desta segunda-feira (10) com novos ruídos fiscais.

Os fundos brasileiros ainda mantêm uma exposição vendida de US$ 3,6 bilhões no dólar, o que indica que ainda veem a possibilidade de que o câmbio melhore - com a apreciação do real. Essa posição, entretanto, já foi maior, tendo chegado à casa de US$ 17 bilhões no começo do ano.

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A gestora segue com posição comprada em peso mexicano, que ganha com a valorização da moeda daquele país. Também manteve posições em títulos externos de bancos brasileiros, créditos bancários locais e títulos de médio prazo indexados à inflação, segundo a carta.

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