Deutsche Bank prevê queda de até 20% em renda fixa e acende alerta no mercado

Piora de desempenho do banco alemão se alinha a movimentos similares de bancos norte-americanos, dada a redução da demanda por produtos relacionados a juros

Deutsche Bank alertou para queda nas receitas com negociação de títulos acima da esperada pelo mercado (Foto:Bloomberg)
Por Steven Arons
16 de Junho, 2023 | 06:05 AM

Bloomberg — O Deutsche Bank estima uma queda de 15% a 20% em sua receita derivada de transações em renda fixa entre abril e junho em comparação com o mesmo trimestre de 2022, quando houve um aumento de mais de 30%. Trata-se do primeiro grande banco de investimentos na Europa a alertar para uma piora significativa de sua receita comercial neste segundo trimestre.

Essa projeção está abaixo da estimativa média do mercado, que esperava uma queda de 12% no período, e também sinaliza uma desaceleração mais profunda do que a observada no primeiro trimestre deste ano.

James von Moltke, diretor financeiro da instituição, disse na quinta-feira (15), durante conferência com investidores organizada pelo Goldman Sachs em Paris, que essa desaceleração nos negócios resulta de um enfraquecimento da demanda por produtos que permitem que os investidores apostem em movimentos de taxas de juros ou câmbio.

O credor está prevendo outra queda trimestral após um forte crescimento no ano passadodfd

Essa comunicação coloca o banco alemão alinhado com seus pares de Wall Street, que observam uma perda de ritmo no negócio com títulos, uma vez que as taxas de juros estão próximas do pico e a economia provavelmente entrará em recessão.

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O JPMorgan Chase espera que a receita dos bancos de investimento e das negociações caia 15% em relação ao ano anterior, e o Goldman Sachs alertou para uma queda nas negociações que pode ultrapassar 25%. O Bank of America espera estabilidade.

Uma queda de até 20% daria continuidade a uma tendência que começou no primeiro trimestre, quando o Deutsche Bank divulgou uma receita com renda fixa 17% menor. Em abril, o banco anunciou planos para cortar cerca de 800 funcionários sênior da área administrativa, à medida que o CEO Christian Sewing intensifica as reduções de custos em resposta.

Embora a receita de negociação tenha caído, as taxas de juros mais altas aumentaram a receita das unidades de banco corporativo e privado, que estavam no centro da reformulação estratégica de Sewing há quatro anos. Von Moltke disse que esse vento favorável continua, mesmo que o efeito positivo das taxas mais altas tenha atingido seu pico.

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O banco havia dito anteriormente que esperava faturar cerca de € 28,5 bilhões (US$ 30,9 bilhões) em receita total este ano, o que representaria um aumento de cerca de 5% em relação ao ano passado.

Von Moltke disse que a mudança no mix de receita - do banco de investimento para as unidades de varejo e empréstimos comerciais - é positiva porque mostra que os negócios mais estáveis se tornam mais importantes.

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