Buffett eleva aposta no Japão e reduz posição em Taiwan por geopolítica

Berkshire reduz em 86% exposição à Taiwan Semiconductor Manufacturing por tensão entre China e Taiwan, embora Buffett a considere uma das melhores empresas do mundo

Berkshire reduziu sua exposição à TSMC em 86% durante o 4T22, depois de informar um investimento de US$ 5 bilhões em novembro - uma medida que Warren Buffett lamentou por considerá-la umas das empresas "melhor administradas e mais importantes do mundo". A culpa é da crise geopolítica com a China. (Foto: Bill Pugliano/Getty Images)
Por Russell Ward
08 de Maio, 2023 | 04:42 AM

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Bloomberg — A situação geopolítica em Taiwan levou o megainvestidor Warren Buffett a rebalancear o peso de seus investimentos na ilha. Prefere investir seu dinheiro no Japão, lamentando o fato de que as crescentes tensões entre a China e Taiwan levara sua empresa a reduzir sua participação na gigante fabricante de chips Taiwan Semiconductor Manufacturing Co. (TSMC).

Trata-se de uma das empresas melhor administradas e mais importantes do mundo, disse Buffett na reunião anual da Berkshire Hathaway Inc. no sábado. “Não há ninguém no setor de chips que esteja em seu nível”, disse ele.

Porém, isso não impediu que a Berkshire reduzisse sua exposição à TSMC em 86% durante o quarto trimestre, depois de informar um investimento de US$ 5 bilhões em novembro - uma medida que Buffett atribuiu à crise geopolítica com a China.

Buffett pediu que a China e os EUA mantivessem o controle sobre sua rivalidade. “É imperativo que a China e os Estados Unidos entendam qual é o jogo e que não se pode forçar demais”, comentou o investidor na reunião em Omaha, Nebraska. “Ambos os lugares serão competitivos e ambos podem prosperar.

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”Falando no mesmo evento, o parceiro de negócios de longa data de Buffett, Charlie Munger, pediu “bondade recíproca” entre as duas superpotências. A TSMC subiu até 1,8% em Taipei na manhã de segunda-feira. Buffett sinalizou sua disposição de fazer mais investimentos no Japão depois de aumentar recentemente suas participações em empresas comerciais no país.

A Berkshire agora possui 7,4% dessas empresas, mas não ultrapassará os 9%, afirmou. Greg Abel, o aparente herdeiro de Buffett, que se juntou a ele em uma viagem ao Japão no mês passado, chamou-os de um investimento “incrível”.

Buffett disse que gostaria de apresentar Abel aos executivos das cinco grandes empresas de comércio do país, reconhecendo que haverá investimentos e relacionamentos contínuos.

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Estes grupos empresariais japoneses - conhecidos como “sogo shosha” e que atuam em diversos ramos - têm raízes profundas na economia do país, que remontam a centenas de anos, e fornecem de tudo, de alimentos a energia.

As ações da Itochu Corp. subiram até 1,5% na manhã de segunda-feira em Tóquio. A Mitsubishi Corp. e a Sumitomo Corp. também registraram ganhos, enquanto a Marubeni Corp. pouco se alterou e a Mitsui & Co. caiu. “A atitude dos japoneses foi simples”, disse Buffett. “Gosto de olhar para as empresas. Gosto de olhar os números sobre as empresas.”

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