Depósitos em carteiras de bitcoin mostram que rali pode prosseguir, diz BofA

Saldo de US$ 368 milhões foi dirigido às carteiras digitais na semana finda em 4 de abril, quando ocorreu a segunda maior saída de bitcoin das exchanges neste ano

A julgar pelo fluxo entre as carteiras digitais e as plataformas de criptomoedas, o rali estelar do bitcoin em 2023 tem espaço para prosseguir, avaliam os estrategistas do Bank of America Corp.
Por Isabelle Lee - Carly Wanna
12 de Abril, 2023 | 05:29 AM

Bloomberg — A julgar pelo fluxo entre as carteiras digitais - as chamadas wallets - e as plataformas de criptomoedas, o rali estelar do bitcoin em 2023 tem espaço para prosseguir. Essa é a avaliação de estrategistas do Bank of America Corp., considerando a informação de que um saldo líquido de US$ 368 milhões foi dirigido às carteiras pessoais na semana encerrada em 4 de abril, quando foi registrada a segunda maior saída líquida de bitcoin das exchanges de criptoativos neste ano.

“Os investidores transferem tokens de carteiras de exchange para suas carteiras pessoais quando pretendem mantê-los (HODL), indicando uma possível diminuição da pressão de venda”, escreveram os estrategistas Alkesh Shah e Andrew Moss em uma nota. No setor cripto, o acrônimo “HODL” se refere à ideia de manter os tokens a longo prazo.

Preocupações decorrentes do rigor regulatório dos EUA sobre as plataformas de ativos digitais podem ter desencadeado a saída das exchanges, segundo os estrategistas do BofA.

Alguns analistas argumentam que as expectativas de que o Federal Reserve (Fed) eventualmente aplique cortes das taxas de juros dos EUA estão impulsionando os investimentos que embutem mais riscos, como as criptomoedas. Outras teorias - frequentemente contestadas - incluem a suposta resistência da moeda ao estresse do setor bancário ou sua capacidade de proteger contra a inflação, como se fosse uma espécie de ouro digital.

PUBLICIDADE
Fonte: BofA Global Researchdfd

Semana agitada

Nesta semana, o bitcoin subiu acima de US$30.000 pela primeira vez desde junho de 2022. A moeda digital subiu mais de 80% desde 31 de dezembro, superando a alta de 19% do índice tecnológico Nasdaq 100. O ouro subiu cerca de 9%.

Esta manhã, no entanto, o criptoativo recuava 0,40%, para US$ 30.021 (5h21 de Brasília).

Os tokens digitais dispararam em 2023, apesar das ações agressivas dos reguladores dos EUA após o colapso da FTX e outras empresas de criptomoedas. A alta ocorreu em meio a uma redução na liquidez do mercado de criptoativos e dos volumes de negociação após as quebras.

PUBLICIDADE

“Estou esperando que o Bitcoin se mova em direção ao nível de US$33.000 antes de qualquer correção técnica significativa ocorrer”, disse Nathan Batchelor, sócio-gerente da plataforma de análise Biyond Trader. “O Bitcoin parou de reagir às más notícias. Este é um sinal claro de um forte mercado comprador.”

Token sai da faixa de volatilidade de Bollingerdfd

Os traders aguardam outro sinal para confirmar a ruptura da barreira psicológica de US$ 30 mil para o nitcoin, de acordo com Garry Krugljakow, fundador da 0VIX, um protocolo de código aberto para empréstimos e empréstimos em finanças descentralizadas baseadas em blockchain, ou DeFi.

Inflação

Ele acrescentou que os dados econômicos desta semana podem fornecer essa pauta, particularmente o Índice de Preços ao Consumidor dos EUA, que sai hoje. A mediana das estimativas de analistas, segundo pesquisa da Bloomberg News, prevê um aumento de 5,1% em março em relação ao ano anterior.

“Qualquer coisa abaixo de 5,2% ou perto de 5,2% pode levar a uma sequência do otimismo para o bitcoin’, disse Krugljakow. “5,3% para o IPC ou mais provavelmente dará um pequeno choque e diminuirá a ação de preço atual.”

Em contraste com o bitcoin, o fluxo líquido de Ether para as exchanges de criptomoedas na semana até 4 de abril foi o maior de 2023, de acordo com o Bank of America. Isso ocorre antes da maior atualização de software da Ethereum desde o Merge do ano passado.

A chamada atualização de Xangai é a culminação de anos de trabalho que mudam a maneira como o Ethereum opera. Embora os estrategistas do Bank of America não esperem que o evento impulsione diretamente a pressão de venda, eles preveem maior volatilidade em torno da mudança, em parte devido à diminuição da liquidez, dos fluxos de câmbio e da atividade de derivativos.

O Ether, o maior token depois do Bitcoin, está em alta cerca de 55% até agora este ano, em linha aproximadamente com um índice dos 100 principais ativos digitais. O Ether caía 1,14%, para US$ 1.873 às 5h21 de Brasília, enquanto o Bitcoin perdia 0,40%, pairando em torno de US$ 30.000.

PUBLICIDADE

Veja mais em Bloomberg.com

Leia também

Baixa liquidez do bitcoin sugere que investidores ‘turistas’ já se foram