Morgan Stanley: esta é a década dos emergentes para o investimento em ações

Banco de Wall Street aponta perspectiva de desempenho superior e ganho do peso no PIB global nos próximos anos, aliado ao fato de que papéis hoje estão descontados

Cartão-postal do Rio de Janeiro com o Cristo Redentor em primeiro plano: aposta do Morgan Stanley em emergentes (Dado Galdieri/Bloomberg)
Por Selcuk Gokoluk
24 de Janeiro, 2023 | 01:47 PM

Bloomberg — As ações de mercados emergentes devem ser o grande destaque desta década, de acordo com a executiva número dois no comando do braço de gestão de recursos do Morgan Stanley (MS).

Nesse contexto, a Morgan Stanley Investment Management está tirando dinheiro do mercado de ações dos Estados Unidos para aumentar sua exposição a mercados em desenvolvimento, disse Jitania Kandhari, vice-diretora chefe de investimentos e chefe de pesquisa macroeconômica para emergentes.

As ações de emergentes têm múltiplos de preço sobre lucro (P/L) atraentes, e economias como a Índia caminham para um crescimento melhor do que os EUA, disse ela.

“A cada década, surge um novo líder no mercado. Na década de 2010, foram ações dos EUA e gigantes de tecnologia”, disse Kandhari em entrevista, por telefone. “Os líderes desta década podem claramente ser os mercados emergentes e ações internacionais.” O Morgan Stanley IM tem US$ 1,3 trilhão em ativos sob gestão.

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A classe de ativos teve um início de ano forte, com alta de 8,6% do índice de mercados emergentes MSCI, em comparação com avanço de 4,7% do índice de referência dos EUA.

A decisão da China de abandonar a rígida política de covid zero no fim do ano passado melhorou as perspectivas econômicas, enquanto os investidores se posicionam para o fim de aumentos agressivos de juros. Vários também ainda veem as ações dos EUA como caras, enquanto os papéis de mercados emergentes são negociadas com quase 30% de desconto.

Há uma crescente desconexão entre a participação cada vez menor dos EUA na economia global e o valor de mercado de suas ações, disse Kandhari. Juntamente com alocações de fundos para mercados emergentes bem abaixo das médias históricas e moedas baratas, há muito espaço para desempenho superior dos emergentes, completou.

“O que realmente impulsiona essa classe de ativos é o diferencial de crescimento, e esse diferencial de crescimento dos mercados emergentes está melhorando em relação aos EUA”, disse ela.

As economias emergentes devem crescer em média 4,1% em 2023 e 4,4% em 2024, de acordo com estimativas compiladas pela Bloomberg News. São perspectivas superiores às estimativas para os EUA, de 0,5% e 1,2%, respectivamente.

-- Com a colaboração de Srinivasan Sivabalan.

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