Meta concorda em pagar US$ 725 milhões para resolver processo sobre privacidade

Ação judicial alega que o Facebook compartilhou ilegalmente dados de usuários com a Cambridge Analytica, ligada à campanha de 2016 de Donald Trump

META
Por Joel Rosenblatt
23 de Dezembro, 2022 | 04:49 AM

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Bloomberg — A Meta Platforms Inc. concordou em pagar US$ 725 milhões para resolver um longo processo judicial que alega que o Facebook compartilhou ilegalmente dados de usuários com a empresa de pesquisa Cambridge Analytica.

Trata-se da “maior recuperação já feita em uma ação coletiva de privacidade de dados e a maior quantia já paga pelo Facebook para resolver uma ação coletiva privada”, disseram os demandantes em uma apresentação judicial.

O acordo, que ainda requer aprovação de um juiz federal que supervisiona o processo, coloca a Meta um passo mais perto de resolver a ação judicial movida em 2018 pelos usuários do Facebook, depois das revelações de que a empresa de pesquisa britânica ligada à campanha presidencial de 2016 de Donald Trump acessou os dados de até 87 milhões de assinantes da rede social.

Os advogados das pessoas afetadas ganharam vantagem ao investigar os registros internos da empresa e corroborar suas alegações de que o Facebook não conseguiu proteger seus dados dos clientes. A matriz do Facebook poderia ter tido que pagar centenas de milhões de dólares a mais se tivesse ido a julgamento e perdido o caso.

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No mês passado, o Google concordou em pagar um total de US$ 391,5 milhões a 40 estados americanos para resolver uma investigação sobre as práticas controversas de localização, no que as autoridades estaduais chamaram de o maior acordo de privacidade da história dos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, um juiz no mês passado aprovou um acordo de US$ 90 milhões com a Meta para resolver uma ação judicial sobre o uso de cookies no Facebook e o botão “Like” para rastrear a atividade do usuário.

Meta indicou em agosto que havia chegado a um acordo para resolver o processo da Cambridge Analytica, mas os termos não foram divulgados naquela ocasião. Um mês antes, um relatório mostrou que o Meta CEO Mark Zuckerberg teria que se submeter a até seis horas de interrogatório por parte dos advogados dos demandantes. O mesmo documento indicava que o ex-chefe de operações Sheryl Sandberg também teria que testemunhar.

O Facebook alegou ter divulgado suas práticas em acordos de usuário. Disse, também, que qualquer pessoa que compartilhasse suas informações em uma rede social não deveria contar com a manutenção de sua privacidade.