Unicórnio Loft corta 12% da equipe em terceira onda de demissões no ano

Startup desligou cerca de 310 funcionários nesta quarta-feira, o que atribuiu à integração com empresas adquiridas; em nota, disse que produtos e serviços não terão alteração

Casa localizada em Porto Alegre, anunciada no site da Loft em parceria com a Foxter (Diego Ramos Fotografia Imobiliária)
07 de Dezembro, 2022 | 01:32 PM

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Bloomberg Línea — A Loft, uma das startups mais valiosas da América Latina, cortou 12% de seu então quadro de 2.600 funcionários nesta quarta-feira (7), em decisão que atribuiu à integração com empresas adquiridas e que resultou na reestruturação da operação. Ou seja, cortou 312 posições e ficou com 2.288.

É a terceira onda de cortes neste ano da Loft, que começou 2022 com cerca de 3.150 funcionários.

A empresa já tinha demitido 543 pessoas da equipe desde abril e agora os cortes chegam a 855. Na ocasião dos 159 primeiros cortes, a empresa já tinha justificado à Bloomberg Línea que havia redundâncias devido às aquisições.

Em 2021, a Loft comprou a CredPago, que atua com locações sem necessidade de fiança. Também no ano passado, adquiriu a CrediHome, uma startup de originação de empréstimos imobiliários. Ainda adquiriu a Foxter, a TrueHome no México, a 123i, um portal de condomínios, e a Vista.

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Por meio de nota, a Loft disse que os funcionários impactados vão receber um pacote de benefícios que inclui extensão do plano de saúde para o titular e dependentes por dois meses, apoio ao processo de recolocação profissional e facilitação da participação no plano de stock options para as pessoas elegíveis.

“Importante destacar que o fornecimento dos produtos e serviços do Grupo Loft segue sem qualquer alteração”, disse a Loft em nota.

“O atendimento a corretores parceiros, imobiliárias e clientes diretos – compradores e vendedores – passa a ser mais direto, com a redução de pontos de contato na compra, venda e financiamento imobiliário e contratação de aluguel sem fiador”, completou a startup.

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A Bloomberg Línea reportou há uma semana que a Loft teria recebido um novo aporte do fundo de venture capital americano Andreessen Horowitz, em negociação que teria reduzido sua avaliação de mercado - valuation - para US$ 1 bilhão. O valor seria 65% menor que os US$ 2,9 bilhões de sua captação anterior em meados de 2021, segundo duas pessoas familiarizadas com o assunto.

A startup, que opera plataformas digitais de compra e venda de imóveis e de serviços financeiros para transações imobiliárias, negou o down round - jargão do mercado para rodadas de investimento que precificam a empresa em um valor menor do que o anterior.

Procurada pela Bloomberg Línea, a Loft disse em nota na ocasião que “não há nada de novo em relação a novas rodadas de investimentos”. “Qualquer informação veiculada em sentido contrário não condiz com a realidade dos fatos. É pura especulação”, afirmou a empresa.

A Loft disse que não realizou qualquer captação por meio de equity (participação no capital) desde meados do ano passado, quando atingiu uma avaliação de US$ 2,9 bilhões após uma rodada de Série D.

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Isabela  Fleischmann

Jornalista brasileira especializada na cobertura de tecnologia, inovação e startups