Bitcoin tem seu pior trimestre em mais de uma década

Dados compilados pela Bloomberg mostram que o tombo de 58% da principal criptomoeda do mundo foi o maior desde 2011

Depois da queda vertiginosa, analistas do JPMorgan chamam atenção para mínimas cíclicas do bitcoin a cada 90 semanas
Por Joanna Ossinger
30 de Junho, 2022 | 01:15 PM

Bloomberg — O bitcoin (BTUSD) teve seu pior trimestre em mais de uma década em meio ao aperto monetário dos bancos centrais e seguidos colapsos que minaram os ânimos no setor.

O tombo de 58% da principal criptomoeda foi o maior desde o terceiro trimestre de 2011, quando o bitcoin ainda estava em seus primeiros anos, segundo dados compilados pela Bloomberg.

Desde então, o setor teve vários altos e baixos, e o valor de mercado das criptomoedas chegou a atingir o pico de US$ 3 trilhões à medida que elas ganhavam uma adoção mais ampla e as taxas de juros ultrabaixas estimulavam um maior risco.

Mas o mercado de baixa atual se destaca pela quantidade de alavancagem desfeita – e pelo escrutínio regulatório sobre uma classe de ativos que muitos bancos centrais agora consideram uma ameaça à estabilidade financeira.

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Nesta quinta-feira (30), o bitcoin chegou a cair até 6,3%, a US$ 18.918,16. As altcoins mais voláteis, ou seja, criptomoedas alternativas ao bitcoin, se saíram pior, com perdas de cerca de 10% para Avalanche e Polygon.

As más notícias colocaram em cheque o espírito de especulação desenfreada e inovação do setor: um token que era supostamente atrelado ao dólar entrou em colapso, apagando quase instantaneamente cerca de US$ 40 bilhões em valor de mercado.

Vários credores de criptomoedas foram forçados a impedir saques, deixando os depositantes em apuros. E, mais recentemente, um importante fundo de criptomoedas foi liquidado depois de recorrer a uma alavancagem insustentável para alimentar suas apostas.

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Mas alguns analistas apontam para sinais de que o fundo do poço pode estar próximo. A desalavancagem que acelerou a liquidação dos últimos meses pode estar se esgotando, de acordo com estrategistas do JPMorgan em nota. Eles também apontam para o financiamento de capital de risco que “continuou em um ritmo saudável em maio e junho”.

“O bitcoin teve sucesso nos últimos doze anos ao atingir mínimas cíclicas a cada 90 semanas”, disse o estrategista técnico da Fundstrat, Mark Newton. “As mínimas devem estar próximas de acordo com estes ciclos, e vale ficar atento no mês de julho, procurando comprar fraqueza para uma recuperação saudável.”

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