Bolsonaro cobra Petrobras sobre redução do preço após queda do petróleo

Em tom irônico, presidente criticou o reajuste feito pela “querida Petrobras” na semana passada, antes do Congresso votar desoneração

Fachada da Petrobras, no Rio de Janeiro
15 de Março, 2022 | 05:09 PM

Bloomberg Línea — O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta terça-feira (15) que, diante da queda no preço do barril do petróleo no mercado internacional, “tudo indica” que os combustíveis ficarão mais baratos no Brasil. “A gente espera que a Petrobras acompanhe a queda de preço lá fora. Com toda certeza fará isso daí”, disse o presidente, durante cerimônia no Planalto.

“Ao que tudo indica, os números lá fora, sobretudo o preço do barril de petróleo, sinalizam para uma normalidade no mundo. Espero que assim seja. E espero que a nossa querida Petrobras, que teve muita sensibilidade ao não nos dar um dia, retorne aos níveis da semana passada os preços dos combustíveis no Brasil”, disse o presidente.

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Foi mais uma reclamação de Bolsonaro ao reajuste nos preços dos combustíveis definido pela estatal na semana passada. A empresa anunciou, na quinta-feira (10), reajuste de 18,7% para gasolina e 24,9% para o diesel. O GLP (gás liquefeito de petróleo) teve aumento de 16%.

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No dia seguinte, o presidente sancionou uma lei que unifica o valor do ICMS dos combustíveis. Segundo ele, isso traria um desconto de R$ 0,60 por litro de diesel. Como o reajuste da Petrobras deixou o litro do combustível R$ 0,90 mais caro, a queda no preço foi menor e ainda não chegou aos postos, disse.

“Se a Petrobras tivesse esperado um dia a mais, poderíamos, ao anunciar o reajuste da Petrobras, que não é de responsabilidade nossa, é exclusiva da Petrobras, de 90 centavos no litro do diesel, poderia ter anunciado também a diminuição de 60 centavos no litro do diesel, então o reajuste seria de 30 centavos”, declarou.

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Pedro Canário

Repórter de Política da Bloomberg Línea no Brasil. Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero em 2009, tem ampla experiência com temas ligados a Direito e Justiça. Foi repórter, editor, correspondente em Brasília e chefe de redação do site Consultor Jurídico (ConJur) e repórter de Supremo Tribunal Federal do site O Antagonista.