Mercados sobem com expectativa de novas conversas Rússia-Ucrânia e reunião do Fed

Enquanto mercado acionário e os prêmios dos T-Notes sobem, os preços do petróleo recuam com força; queda do ouro também mostra maior disposição do investidor ao risco

As variáveis que orientarão os mercados
14 de Março, 2022 | 08:55 AM

Barcelona, Espanha — As ações na Europa e a maioria dos futuros de índices nos EUA operam no azul, amparados pela expectativa em torno dos esforços diplomáticos para uma nova rodada de conversas entre a Rússia e a Ucrânia. O contrato indexado ao Nasdaq, que vinha em alta, mudou de caminho há pouco.

O índice Stoxx Europe 600 saltava em torno de 1%, com os fabricantes de automóveis liderando o avanço depois da uma perspectiva “confiante” da Volkswagen AG. Enquanto os futuros de índices nos EUA subiam, os prêmios dos títulos do Tesouro norte-americano avançavam para o nível mais alto desde julho de 2019. O bônus de cinco anos tinha prêmios 2% maiores - a primeira vez que alcança esta marca em três anos.

O petróleo registrava queda significativa e o ouro seguia no mesmo ritmo, indicado uma maior disposição dos investidores ao risco.

Leia também: Petróleo recua para perto de US$ 104 com foco nas negociações na Ucrânia

PUBLICIDADE
✳️ Semana agitada

Os mercados dão a largada a uma semana atribulada e com eventos de grande importância para as decisões de investimento. Constatará se a Rússia tem a intenção de pagar sua dívida internacional e provavelmente verá o Federal Reserve (Fed) aumentar as taxas de juros pela primeira vez desde 2018. É muito a considerar até mesmo para os profissionais de mercado mais veteranos.

⚠️ Default russo?

A Rússia tem cerca de US$ 117 milhões em pagamentos de cupons da dívida do país com vencimento na quarta-feira e as agências de classificação de risco falam de um calote “iminente”. As bolsas permanecem fechadas em Moscou, mas o comércio onshore do rublo foi retomado na semana passada.

Grande parte da atenção dos traders permanecerá na Rússia. Se a nação não pagar suas obrigações, pode desencadear uma cascata de inadimplência corporativa. Os reguladores russos também estão procurando maneiras de retomar a Bolsa de Moscou sem permitir um colapso nos preços dos ativos.

PUBLICIDADE
📈 Fed arbitra sobre juros

É praticamente certo que o banco central dos Estados Unidos suba sua taxa de referência em 25 pontos-base na quarta-feira, criando um divisor de águas na tentativa de frear a inflação. O presidente Jerome Powell será questionado sobre a escala e o ritmo do ciclo de aperto monetário e o mercado anseia por pistas para traçar suas estratégias.

• Além do Fed, decidem sobre suas taxas de juros o Banco da Inglaterra (BoE), na quinta-feira, e o Banco do Japão (BoJ), na sexta.

🇧🇷 E também tem Copom

A semana também é de decisão no Brasil. O mercado amplia a aposta em um Copom “mão dura” após a alta dos combustíveis e a aceleração maior que o previsto do IPCA de fevereiro. A curva de DI enuncia uma elevação de 114 pontos na semana que vem e mais 96 pontos em maio - sugerindo probabilidade de duas altas seguidas de 1 ponto porcentual nas duas próximas reuniões ou até mesmo uma elevação de 1,25 ponto nesta reunião, seguida de 0,75 ponto ou 1 ponto em maio.

Leia também: Bancos Centrais do mundo definem política para economias abaladas pela guerra

Leia também o Breakfast, uma newsletter da Bloomberg Línea: Mais da metade da renda em dívidas

Um panorama dos mercadosdfd

🟢 As bolsas na sexta-feira: Dow (-0,69%), S&P 500 (-1,30%), Nasdaq (-2,18%), Stoxx 600 (+0,95%), Ibovespa (-1,72%)

As bolsas americanas caíram novamente na sexta-feira depois que o Ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, disse que conversações de alto nível com seu homólogo russo Sergei Lavrov esta semana não resultaram em nenhum progresso rumo à paz, ao contrário do que o presidente russo Vladimir Putin havia dito no início do dia.

Na agenda

Esta é a agenda prevista para hoje:

• EUA: Nenhum evento relevante programado para hoje

PUBLICIDADE

• Europa: Encontro do Eurogrupo; Alemanha (Índice de Preços por Atacado/Fev); França (Balança Comercial/Jan, Transações Correntes/Jan); Espanha (Vendas no Varejo/Jan)

• Ásia: China (Produção Industrial/Fev, Investimento em Ativos Fixos/Fev, Taxa de Desemprego, Vendas no Varejo/Fev)

• América Latina: Brasil (Boletim Focus)

• Bancos centrais: Pronunciamento de Frank Elderson, do BCE

PUBLICIDADE
📌 E para amanhã:

• EUA: Índice de Preços ao Produtor IPP/Fev, Relatório da OPEP, Índice Empire State de Atividade Industrial/Mar, Estoques de Petróleo Bruto Semanal API, Índice Redbook

• Europa: Zona do Euro (Pesquisa ZEW de Percepção Econômica, Produção Industrial/Jan); Alemanha (Pesquisa ZEW); Reino Unido (Pedidos de seguro-desemprego; Taxa de Desemprego/Jan e em 3 meses), França (IPC-Fev)

• Ásia: China (Preços de Imóveis/Fev); Japão (Balança Comercial/Fev)

América Latina: Argentina (IPC/Fev)

PUBLICIDADE

• Bancos centrais: Pronunciamento de Andrea Enria (BCE)

Leia também:

PUBLICIDADE

Bolsa brasileira terá novo horário de negociação a partir de hoje

-- Com informações de Bloomberg News

Michelly Teixeira

Jornalista com mais de 20 anos como editora e repórter. Em seus 13 anos de Espanha, trabalhou na Radio Nacional de España/RNE e colaborou com a agência REDD Intelligence. No Brasil, passou pelas redações do Valor, Agência Estado e Gazeta Mercantil. Tem um MBA em Finanças, é pós-graduada em Marketing e fez um mestrado em Digital Business na ESADE.